Mentor detona segurança de Alckmin
Em artigo, deputado critica política de segurança do governador
Publicado em 2012-12-03 12:05:07 Atualizado em 2012-12-03 12:05:07 (99 visualizações)
E nossa segurança?
A população de São Paulo, há meses, testemunha uma onda de violência sem trégua, que já deixou um triste rastro de mais de 90 policiais mortos.
As marcas sangrentas se espalham pelas ruas da capital paulista, vitimando não só pms e civis. O número de homicídios na cidade de São Paulo teve um aumento espantoso. Só no mês de outubro, foram 149 assassinatos, quase o dobro dos 78 registrados no mesmo período de 2011.
Mais uma vez, o crime organizado dita suas regras e comanda, de dentro dos presídios, as ações nas ruas. É a guerra não declarada entre policiais e criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) - a ação de bandos ligados ao tráfico de drogas ainda é responsável pela maioria dos assassinatos.
O governador do Estado chama a situação alarmante de “momentânea” e promete agora, meses depois que os ataques começaram e centenas de pessoas foram assassinadas, trabalho “redobrado” para diminuir a violência.
Passou da hora de o Estado redobrar as ações de segurança pública e tomar medidas urgentes para conter esse avanço da violência na Grande São Paulo e impedir que os ataques se alastrem em direção a outras cidades do Estado. Infelizmente, a imprensa já noticia a ocorrência de casos de violência em alguns municípios do interior paulista.
Em apenas sete horas, entre a noite do dia 16 e madrugada do dia 17 de novembro, nove ônibus foram incendiados nas cidades de Campinas, Cosmópolis e Sumaré. Ninguém ficou ferido, mas tudo leva a crer que sejam ações da facção criminosa.
Nesse contexto de escalada da violência, um assunto volta à tona: a instalação de unidades prisionais em nossa região.
Há tempos, Geraldo Alckmin anunciou a implantação de um novo presídio em Limeira. E, há poucos dias, declarou como utilidade pública uma área de 172 mil metros quadrados, localizada às margens da Rodovia Luiz Ometto (SP-306), local escolhido para abrigar o centro de detenção.
O problema é que a área escolhida fica muito próxima do perímetro urbano de três cidades: Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Iracemápolis. O presídio seria erguido ao lado da Ponte do Funil, a apenas mil metros de Americana e próximo a nove condomínios de chácaras no município barbarense.
Outro problema é que o presídio tem a proposta de progressão de pena em regime semiaberto e capacidade para 1.200 presos. A possibilidade de milhares de presos ficarem soltos durante o dia deixa a população alarmada. A presença desses detentos nas ruas certamente vai incidir em risco do aumento da violência e deverá atrair para a região, além de seus familiares, cúmplices e parceiros do crime, e causar outros impactos sociais negativos.
As autoridades temem ainda que a implantação de uma penitenciária nas proximidades afetará o desenvolvimento dos municípios, tornando-se empecilho para a vinda de novas empresas e investimentos.
Nós, cidadãos, estamos descontentes com essa proposta e queremos que o governador indique um local mais adequado para a instalação do presídio.
Nossa região já possui muitas unidades prisionais e uma população carcerária desproporcional. Temos presídios em Americana, Limeira e Piracicaba, além do Complexo Ataliba Nogueira, em Hortolândia, que abriga em torno de 13 mil presos.
Nossa região já deu sua cota de contribuição ao sistema carcerário do Estado de São Paulo. Só falta agora o Estado fazer sua parte e garantir segurança à população.
Antonio Mentor
Deputado Estadual - PT
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