sexta-feira, 15 de maio de 2015

TRABALHADORES DA FUNDAÇÃO CASA PODEM RETOMAR A GREVE E TRT/SP CAI EM DESCRÉDITO

                                                                     JORNAL LINGUÁ AFIADA


Após quase uma semana em greve, os servidores da Fundação CASA/SP atendendo a solicitação do Tribunal regional do Trabalho da 2ª Região suspenderam na ultima segunda feira 11.05 a paralisação retornando ao estado de greve durante as negociações que ocorrem na sede do TRT de São Paulo.
Porém, os servidores podem retomar a greve  mesmo com as negociações em andamento, visto que as pautas apresentadas nas rodadas de negociação, segundo os servidores, não refletem as reais reivindicações da categoria, entre elas a segurança no local de trabalho, reajuste salarial de 28%, redução do valor do convênio médico, fim das retaliações politicas, entre outros.

Os servidores se demonstram revoltados com  parcela dos dirigentes da entidade sindical, uma vez que acusam estes de comporem com a direção da Fundação Casa em prejuízo aos direitos e as perseguições sofridas pelos trabalhadores.

Os trabalhadores questionam através das redes sociais que as negociações mediadas pelo núcleo de negociações coletivas do TRT/SP conduzida pelo desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto não vão ser cumpridas pela direção da fundação Casa como ocorreu no ano passado, onde as negociações foram conduzidas pelo mesmo desembargador.
Para a maioria dos trabalhadores o TRT de São Paulo esta caindo em descrédito e vem sendo usado pela Fundação e pelo Governo do Estado como escudo para barrar as lutas da categoria, pois nenhuma de suas decisões foram cumpridas pelo governo gerando uma revolta na categoria.
Outra questão que vem sendo apontada pelos trabalhadores, é a desconfiança em relação a uma parcela da direção sindical que, a todo momento busca defender de as propostas da direção da fundação, para isso utilizam de mecanismos de manipulação nas votações em assembleias da categoria, visando aprovar mesmo contra a vontade dos servidores as propostas da direção.

Entre os pontos que mais geram desconfiança nas negociações mediadas pelo TRT/SP, estão questões como a segurança, onde foi determinado no ano passado pelo TRT que a Fundação Casa garantisse a segurança de seus trabalhadores, inclusive determinando o policiamento na porta dos centros, não retaliação aos grevistas entre outros.

No entanto, além da Fundação Casa não cumprir estas determinações,  utilizou-se da corregedoria da instituição para fazer represálias e perseguições politicas contra os servidores, demitindo 5 deles inclusive 2 que compuseram a mesa de negociação do ano passado.

No item segurança, além de não cumprir as determinações do TRT, a Fundação fragilizou ainda mais a segurança, pois uma das empresas que fazem o serviço de vigilância externa abandonou na tarde de hoje os postos de trabalho nas unidades Guaianases e Vila Conceição.

O quadro de revolta dos servidores se agrava ainda mais com a rebelião ocorrida na tarde de ontem  na unidade Vila leopoldina e com o atentado a tiros na porta da unidade Vila Conceição, onde durante a rebelião quatro funcionários foram feridos com gravidade e a corregedoria da instituição se limitou a dizer que vai apurar os fatos.

Os servidores denunciam ainda que a a Fundação Casa vem usando a corregedoria da instituição para realizar as perseguições politicas aos grevistas, com fraudes em processos administrativos e inclusive com a suspeita de fraudar depoimento de adolescentes para prejudicar os servidores, conforme denunciou a representação feita por dois deputados do PT, junto ao Ministério Publico Estadual e do Trabalho.
No entanto o sindicato da categoria profissional prefere levar para a mesa de negociação horário bancário, ao invés de cobrar do Desembargador que preside as negociações o cumprimento das decisões do tribunal e uma intervenção do judiciário na corregedoria da fundação como denuncia Michel George Munhoz um dos perseguidos.
Para muitos dos servidores ouvidos pelo Língua Afiada, a greve deve ser retomada imediatamente e cobrar do TRT de São Paulo uma postura mais severa de obrigar a Fundação cumprir suas decisões, caso contrário a greve deverá ser retomada antes mesmo do fim das negociações, inclusive, com acampamento e greve de fome na porta do tribunal como ocorreu em 2005 durante as 1751 demissões, pois se as decisões do TRT não serve para a fundação, não pode servir para os trabalhadores também, o que pode colocar o Tribunal em total descrédito.
Por: Gilberto Braw

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