Jornal Língua Afiada
Corrupção Sindical, Fraudes Tudo em Nome do Trabalhador
Nos últimos dias, a imprensa tem mostrado a sociedade e principalmente aos trabalhadores os bastidores do movimento sindical no Brasil. As histórias são estarrecedoras, nos remetem aqueles filmes de gangsteres americanos, onde sindicatos eram comandados pela máfia e usavam da força bruta e da violência para impor seu domínio.
Foto G1: Auditoria descobriu rombo de R$ 100 milhões na gestão anterior do sindicato dos comerciários/RJ
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Na ultima década, vários foram os episódios envolvendo sindicatos de categorias profissionais, com intervenção e investigação policial que sempre apontam responsáveis e quase nunca da em nada.
Sindicatos de trabalhadores em transporte lideram o Ranking das denuncias. Quem não se lembra da denuncia contra o Sindicato dos Condutores Rodoviários de São Paulo, onde os diretores acusados feriram o que está previsto no artigo 203 do Código Penal Brasileiro: ?frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho?, cuja pena é de um mês a um ano de reclusão e multa. (MPF denuncia fraude contra trabalhadores em comissão de conciliação) .
As fraudes eleitorais sindicais e a violência, também são um marco daquelas categorias e de muitas outras. (O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou inquérito para apurar irregularidades na eleição do Sindicato dos Motoristas de Rio Preto). (Sindicato dos Motoristas de SP quer acompanhamento da Polícia nas Eleições).
Mas o motivo de tanta violência sempre vem a tona, ou seja, o patrimônio que deveria ser do trabalhador, muitas das vezes é usado para alimentar o interesse individual dos dirigentes, que acabam usando do mecanismo de defesa dos interesses da classe trabalhadora garantido pela CF/88 para enriquecerem ilicitamente. (MPF apura denúncia sobre desvios no Sindicato da Alimentação em Nova Andradina).
Foto G1: detidos tinham como objetivo tumultuar eleição do Sindicato dos Comerciários.
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A bola da vez é o Sindicato dos Comerciários do estado do Rio de janeiro, que vem sendo investigado por desvio de dinheiros dos associados, emprego de parentes, enriquecimento ilícito de dirigentes e uma verdadeira máfia que se mantêm no poder a décadas e, usam para isso da violência, truculência, fraudes eleitorais entre outros como denunciado em recente matérias jornalisticas. (Dirigentes de sindicatos enriquecem com desvio de dinheiro). (Mais de 200 são detidos por depredar a sede de sindicato no Rio).
Diante dessa enxurrada de denuncias que pairam sobre diretorias de entidades sindicais que se encastelam no poder através de eleições duvidosa, assembleias sem o minimo de democracia, alterações estatutárias cuja a finalidade é favorecer quem esta no comando a se perpetuar nele, fica a pergunta o que o trabalhador pode fazer para mudar esta situação?
Pior que isso, muitas das vezes estas assembleias, congressos e eleições duvidosas tem o respaldo de decisões judiciais concedidos através de liminares, cuja a batalha judicial pode durar até o término do mandato, levando os prejudicados sempre ao prejuízo.
As matérias acima respondem bem a pergunta do que fazer para acabar com a farra sindical, pois se os trabalhadores de base se organizam e buscam através de denuncias junto ao MPE, MPF e MPT, exigindo apuração sobre as ilegalidades cometidas pelas direções sindicais, com certeza a farra pode acabar e os sindicatos possam novamente serem vistos como instrumento de defesa do trabalhador, o que não ocorre hoje na maioria das vezes.
Outro instrumento que os trabalhadores podem construir, é exigir que nos estatutos das entidades sindicais fique garantido que ao término de cada mandato seja realizada uma auditoria independente e indicada pelos próprios trabalhadores de base, sem a intervenção de qualquer diretor do sindicato, assim terminada a gestão será verificado a saúde financeira do sindicato e de seus diretores antes a após a gestão.
Sitraemfa conduz servidores da FC como gado para o abate
Os trabalhadores socioeducativos do estado de são paulo, cuja a maioria tem nível superior e esta lotada na Fundação Casa/SP, tem como representante oficial o Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência a Criança e ao Adolescente do estado de São Paulo - Sitraemfa.
Reiteradamente estes servidores tem demonstrado a insatisfação com os caminhos adotados pela direção sindical, o descrédito na entidade sindical é amplamente divulgado pelos trabalhadores nas redes sociais.
Vários são os motivos que levam os servidores a esta insatisfação: eleições duvidosas que mantem alguns dirigentes encastelados na entidade por mais de uma década, congressos manipulados onde sempre a vontade dos encastelados prevalece, assembleias anti democráticas onde os trabalhadores de base são impedidos por seguranças de se manifestar, suspeitas de acordos escusos com a direção patronal e a falta de uma auditoria para explicar quanto e como são gastos os recursos da entidade.
Cabe lembrar que, a ultima auditoria realizada no Sitraemfa, foi solicitada pelo próprio presidente da entidade na época Gilberto ao termino de sua gestão 1998/2004, que fez questão em assembléia não só de defender a realização da auditoria, mas também que fosse eleita uma comissão de base para acompanhar os trabalhos dos auditores. Para maior lisura da auditoria, Gilberto e o tesoureiro Pedro Camilo Leite se mantiveram afastados da entidade até o fim da apuração.
O resultado daquela auditoria foi apresentada em assembléia, coroando o mandato daqueles dirigentes, pois não foi apontado se quer um centavo de desvio, roubo ou uso indevido do patrimônio da categoria, ao contrário, mostrou a excelência de administração e respeito aos associados com o crescimento da entidade e do patrimônio, sendo usado inclusive esta auditoria em processo judicial para desmascarar a atual direção que tentou manchar a imagem de Gilberto com acusações levianas e mentirosas, obtendo na justiça não só sua inocência mas o direito de resposta no mesmo jornal onde seus opositores o acusaram.
No entanto, as campanhas salariais dos últimos anos em especial a de 2015 são recheadas de suspeitas de acordos e conchavos que reduzem os ganhos anunciados, retiram direitos conquistados, além de assembleias pelegas onde nem mesmo o sindicato sabe dizer o que foi aprovado e suspeita de acordos para beneficiar diretores sindicais para que defendam a proposta patronal com várias denuncias nas redes sociais feitas por trabalhadores.
Não bastasse isso, o patrimônio da categoria sofre prejuízos, como denunciou o Blog agentes em Alerta, na ordem de mais de R$ 200 mil reais, sem falar nas suspeitas que pairam sobre a venda do Sintracub, um clube de campo adquirido na gestão de Gilberto pelo valor de R$ 180 mil, onde foram gastos R$ 220 mil de obras, somando um total de R$ 400 mil.
Depois de pronto, o Sintraclub valeria aproximadamente R$ 1.800.000,00 um milhão e oitocentos mil reais, no entanto foi vendido na gestão do presidente Julio Alves e da tesoureira Maria Gusmão por aproximadamente 1/4 deste valor, sendo que até hoje não foi explanado para a categoria onde foi investido o dinheiro, lembrando que este clube de campo foi comprado integralmente com os recursos dos trabalhadores da Fundação Casa que aprovaram em assembléia uma taxa adicional para este fim.
Mesmo diante da insatisfação gritante dos servidores da Fundação Casa com os rumos das campanhas salariais, os servidores acabam sempre se submetendo a imposição da direção sindical.
A Diretoria do sindicato começa e encerra a campanha salarial ao seu bel prazer, mesmo quando a categoria é visivelmente contra suas propostas. Para isso usa do artificio de encher a assembléia de seguranças que acabam tendo o papel de intimidar os trabalhadores, garantir a segurança da direção para que esta imponha sua vontade e ainda em alguns casos de fazerem o papel da base na hora da votação, levantando a mão em apoio a proposta da direção.
Garis dão exemplo e varrem o lixo sindical
Mas nem tudo esta perdido para aqueles trabalhadores que não aceitam a escravidão, seja ela patronal, seja ela sindical ou judiciária.
O exemplo de não aceitar a escravidão sindical, patronal ou judiciária, vem de uma categoria onde a maioria não tem nível universitário, não são formados em direito, muitos se quer tem o ensino fundamental. São na maioria das vezes desprezados, olhados com desdem, inclusive foram alvos de um comentário pejorativo de um ancora famoso de um telejornal as vésperas de um natal.
Mas esta categoria honrada que apesar de não ter todos os atributos elencados acima, possui algo que muitos dos trabalhadores Brasileiros deveriam ter, que é a coragem e a dignidade de lutar por aquilo que lhes é de direito.
Acostumados a varrer os lixos das ruas, os GARIS no Brasil tem dado um grande exemplo de dignidade e de luta, dando um basta a escravidão patronal e judiciaria e ainda varreram de vez de suas categorias o peleguismo sindical.
Para isso, estes simples mas corajosos cidadãos Brasileiros, de peito aberto, não se intimidaram com as ameaças patronais ou com as pressões feitas pelo Judiciário trabalhista, sem titubear, atropelaram as direções sindicais pelegas e foram para luta em busca de seus direitos, só deixaram a batalha depois de vencida a guerra e se fazerem respeitar por toda a sociedade.
O exemplo destes bravos guerreiros se traduziu em suas atitudes e falas corajosas determinadas:
" A categoria está unida em todas as cidades do ABC. A paralisação é de 100%. Para pressionar as empresas e falar para a população que ainda estamos em greve, continuamos mobilizados, não vamos desistir dos 15%"
" O sindicato esta totalmente por fora, abandonou a categoria e agora quem organiza o movimento é o comando de greve" declarou Kleber uma das lideranças da mobilização
Como podemos observar, aqueles que tem menos escolaridade, tem menores salários, tem as piores condições de trabalho, que muitas das vezes são humilhados por fazer o trabalho que a maioria dos sábios diplomados se negam a fazer, eles humildes e simples GARIS tem a coragem de lutar e garantir sua dignidade com afinco, além de dar uma aula de organização politica que nenhuma categoria de letrados conseguiu dar.
Diante do exemplos destes humildes, mas gloriosos guerreiros que empunham suas vassouras como se fossem as espadas e vão para o front defender aquilo que a maioria dos cidadãos tem medo de defender "o Direito, o Respeito e a Dignidade".
Que todo trabalhador seja por apenas um dia GARI e juntos varram de vez a exploração patronal, as injustiças e o peleguismo sindical.
Por:Gilberto Braw
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