domingo, 18 de novembro de 2012

HISTÓRIAS DA FUNDAÇÃO CASA : 1999 O ANO DAS TRAGEDIAS ANUNCIADAS E A NOVA CASA DO GOVERNADOR MARIO COVAS

 Os funcionários novos da Fundação CASA/SP, não conhecem ainda as trágicas histórias da - Antiga FEBEM/SP.
 Por isso neste espaço iremos a cada semana contar uma fase desta instituição que desde sua criação como Pró Menor, teve momentos  de brilho e resultados positivos, porém quando passou a ser administrada pelo Governo do PSDB, transformou-se em um verdadeiro calabouço para servidores e adolescentes. 
Dedico este espaço a memória do grande e saudoso companheiro Geraldo José do Nascimento Padredi, um dos maiores profissionais que já conheci nesta Fundação e que me deixou de  herança um arquivo de mais de 35 anos de história.

O ano de 1999, foi o ano das tragédias anunciadas e  todos os servidores que trabalharam nesta instituição neste período, lembram-se muito bem dos vários discursos lançados por entidades e pessoas que se diziam defensores dos direitos das crianças e adolescentes, que, fortalecidas pela postura persecutória aos servidores promovida pelo Ministério Público das varas da infância da capital, somadas as maquiavelices da direção da instituição e Governo, promoveram naquele ano os mais tristes episódios já vistos na Fundação.
No inicio de 1999, os servidores resolveram se rebelar,  confiantes na nova direção do sindicato da categoria e  revoltados com as acusações feitas contra estes pelas entidades e Ministério Publico em função da morte de um  interno na UI 7 no Complexo Tatuapé no final de 1998.
Os servidores se organizavam e a cada acusação davam uma resposta com manifestações e rebatendo na imprensa os fatos a eles imputados.
O curioso foi que tanto as entidades, MP quanto o Governo não estavam acostumados a serem enfrentados perante a sociedade pelos trabalhadores e menos ainda pelo seu órgão de representação ou seja o sindicato. 
O fato era que a direção do sindicato que até 15 de dezembro de 1998 era Presidida por Aparecido Sant'ana, tinha uma postura igual a gestão do sindicato de hoje, ou seja, tinha a postura de fazer composição com a Diretoria da FEBEM/SP e com as entidades de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente em detrimento aos interesses dos trabalhadores.
Porem a nova direção que assumiu a entidade sindical em 15 de dezembro de 1998 Presidida por Antonio Gilberto da Silva, tinha uma postura chamada por muitos de radical, uma vez que, esta direção não compunha amigavelmente com aqueles órgãos e tinha como objetivo a defesa incondicional dos direitos e interesses dos trabalhadores.
Entre os meses de janeiro a julho de 1999, os trabalhadores confiantes na direção sindical realizaram 14 manifestações e 2 paralisações de advertência de uma  hora, demonstrando que de forma alguma iriam aceitar a responsabilidade da situação caótica por qual passava a instituição.
Seguindo a orientação do sindicato os trabalhadores passaram a não mais segurar as unidades na "unha", ou seja, com o discurso de que eram educadores e não carcereiros, estes passaram a adotar uma postura de não utilizar da força necessária como determinava a direção nos casos de rebeliões e tentativas de fuga. Assim, passaram a se resguardarem e a retirar dos lábios de seus acusadores o titulo de torturadores e espancadores de menores.
Com as unidades superlotadas as consequências foram imediatas, inúmeras rebeliões no Complexo Tatuapé, culminando com a substituição do diretor de divisão. Mas cedendo a pressão das entidades de defesa, foi alçado como novo diretor de Divisão do Complexo o Sr. Vicente mais conhecido pelo funcionários como "Geléia".
A indicação deste cidadão foi um desastre e de pronto desaprovada pelo corpo funcional daquele complexo.
Todos os servidores eram conhecedores da postura de Vicentão em favorecer os jovens  e retirar dos servidores toda a autoridade, além do que, as relações deste senhor com o Padre Julio e com as entidades de defesa, com toda certeza descarregaria sobre os servidores a responsabilidade das ocorrências nas unidades, sem falar que, ali começou a ser implantada a estrategia do fim do Complexo Imigrantes, pois este era o único Complexo onde os funcionários ainda possuíam total controle  das unidades.
Com Geléia na divisão do Complexo Tatuapé, as entidades passaram a ingressar com toda facilidade no interior das unidades e a promoverem a discórdia entre os jovens e os servidores, fortaleciam os internos ao ponto deste  passarem a enfrentar os servidores diretamente, bem como a armarem denuncias carregadas de mentiras e sem provas, forçando o afastamento  e o adoecimento de centenas de servidores.
Muitos dos internos por seguirem a cartilha a eles colocada pela Divisão, ganhavam como premio passeios externos, festas em um sitio que a maioria dos servidores diziam ser de propriedade de Geléia.
As festas eram regadas com todo tipo de absurdo e claro onde a maioria acabava não voltando, empreendendo fugas facilitadas, mas que, quase nunca eram apuradas pela Direção da Fundação ou pelo MP.
Para os servidores, tais fugas facilitadas tinham um objetivo claro, qual seja, o de explodir com o Complexo Imigrantes, pois era sabido que a maioria destes internos acabariam novamente infracionando e retornando a instituição.
Como a porta de entrada da instituição era o Complexo Imigrantes e este era o único lugar que os servidores mantinham controle absoluto, afinal os diretores que ali comandavam e o corpo funcional eram altamente preparado.
Com toda certeza ao retornarem, estes jovens previamente orientados, levariam aos outros jovens as orientações e organização que estes obtiveram durante suas permanências no Complexo Tatuapé.
O sindicato da categoria começa a denunciar na imprensa as maracutaias e armações que a Divisão e as tais entidades, estavam realizando na Fundação e para chamar a tenção da imprensa e mostrar a realidade decreta estado de greve, mobilizando e incentivando os servidores a não fazerem mais horas extras e a não entrarem no local de trabalho por falta de segurança.
O diretor de Divisão sentindo-se acuado tenta reprimir o movimento com ameaças e fazendo acordos com os internos, dando a eles mais poder inclusive de decidirem qual servidor poderia ou não trabalhar nas unidades. 
Revoltados os servidores aderem ao chamado do sindicato em peso e ao ver que os servidores começaram a abandonar seus postos  de trabalho, permanecendo apenas alguns que se colocavam na condição de pelegos, os adolescentes inciaram uma mega rebelião que destruiu todas as unidades do Complexo Tatuapé, com centenas de fugas, dezenas de jovens feridos e alguns funcionários também feridos.
Após dois dias de rebelião a tropa de choque autorizada pelo governador intervem no Complexo e retoma o controle. Porém o saldo foi a destruição quase total das unidades, dos veículos da Fundação entre eles alguns veículos de funcionários.
 A destruição foi de tal monta que parte dos internos foi transferida para um presidio localizado ao lado do Complexo Carandiru e  outro localizado no Hipódromo, além do complexo Brás que até então continha apenas duas unidades entre elas a UAI.
Neste episódio, o que revoltou os servidores, foi a facilitação de fuga promovida descaradamente pelo então funcionário da FEBEM/SP Padre Julio Lancelotti que, durante a transferência dos adolescentes do Complexo Tatuapé para o Brás, saiu com mais de 60 jovens em um ônibus sozinho , lembrando que os funcionários de diversas unidades se dispuseram a acompanha-lo porém, ele dispensou e levou apenas uns dois ou três que eram de sua confiança. Na primeira parada que o ônibus deu a maioria absoluta dos jovens se evadiram, saltando pelas janelas. 
Mesmo sendo o Padre funcionário da instituição e recebendo um salário significativo, nenhum procedimento sindicante ou criminal foi instaurado contra este,  como o MP costumava a fazer contra os demais servidores da instituição.
Com o fortalecimento do sindicato, cujo Presidente ocupava quase todas as páginas dos jornais e a maioria absoluta dos canais de televisão e  rádio, o Governador do Estado Mario Covas sentiu-se acuado, e resolveu ir pessoalmente ao Complexo Tatuapé verificar a situação. 
Chegando lá este durante uma entrevista coletiva tentou responsabilizar os servidores e o sindicato, mas foi interrompido pelo presidente do sindicato que ao ficar cara a cara com o Governador  desmoralizou o mesmo abrindo em sua frente um dossiê elaborado pela entidade sindical, contendo centenas de documentos oficiais da própria fundação que demonstravam a responsabilidade da Direção  e do Governo.
O Governador Mario Covas irritado e desmoralizado, tentou na frente da imprensa agredir o sindicalista que partiu para o revide, após um bate boca de quase 3 minutos cara a cara o Governador foi retirado pelos seus assessores.
Este fato gerou nos servidores da instituição uma confiança tão grande no sindicato, que, começou a despencar uma chuva de denuncias e documentos endereçados a entidade. 
As denuncias e documentos vinham de todos os lugares e cargos, principalmente da sede da Fundação, onde passavam a maioria absoluta dos documentos sigilosos que comprovavam as falcatruas e armadilhas do Governo e da Administração.  
Após esta rebelião o Governo juntamente com a secretária de segurança Publica aramaram uma situação para desmoralizar os servidores, lembrando que a época quem comandava a secretaria de segurança era o Sr. Petreluzzi.
Para organizar a armadilha. o governo mudou a Presidência da FEBEM /SP, indicando para o cargo o EX- Presidente da OAB/SP, senhor Guido Andrade que tinha com o missão, desmoralizar o corpo funcional, sindicato e acabar com a contenção no Complexo Imigrantes.
Já em sua primeira reunião com a direção da entidade sindical, Guido Andrade tentou intimidar os dirigentes, ameaçando de processar e de prender estes caso novas paralisações e rebeliões viessem a ocorrer na instituição.
Porém os dirigentes do sindicato indignados ameaçaram chamar uma greve caso a Presidência resolvesse demitir servidores ou responsabilizar estes pela grave situação na qual passava a instituição.
Guido Andrade, após a investida do MP no Complexo Imigrantes, resolve demitir o Diretor de Divisão Lucimar de Souza e Afastar os demais Diretores do Complexo, colocando em seus lugares pessoas despreparadas que se alinharam aos adolescentes contra os servidores.
Em resposta os servidores do Complexo Imigrantes começaram a fazer a operação tartaruga e a cruzarem os braços, mas a Presidência da Fundação combinado com o Secretário de Segurança Publica Petreluzzi, tentaram forjar um flagrante de facilitação de fuga sobre os funcionários das alas A e B do Complexo.
Para tentar forjar tal flagrante, o novo diretor de divisão que acabara de assumir o cargo, facilitou a fuga de  alguns jovens pelas portas das alas citadas, após o exito dos jovens, o secretário de segurança encaminhou para o Complexo o Delegado titular do 96 DP localizado na Av. Luiz Carlos Berrine, já que segundo um policial do 97 DP localizado ao lado do Complexo Imigrantes informou aos funcionários que o delegado dali negou-se a prestar-se a esse papel, pelo fato de conhecer muito bem a seriedade e o trabalho dos servidores daquele Complexo.
Ao chegar no complexo, o delegado enviado para aquela missão sem qualquer prova ou sem se quer saber quem eram os servidores do plantão como ficou comprovado no processo, prendeu 6 servidores e convocou a imprensa expondo a humilhação todos os servidores da instituição.
O Presidente do sindicato e seus diretores de imediato convocaram o corpo jurídico da entidade e dirigiram-se para o Complexo e para a delegacia, enquanto alguns diretores do sindicato levantavam informações sobre o ocorrido, o Presidente do sindicato e os advogados da entidade atuavam jurídica e politicamente na delegacia e diante das evidências de fraude no flagrante dos servidores, o sindicato expôs o Governador, Presidente da Fundação, Secretário de segurança e o Delegado do caso perante toda a imprensa.
Esta exposição ganhou força, quando um repórter da Rede TV flagrou a indignação dos policiais que realizaram a prisão, dos escrivães na delegacia que negavam-se  abrir o inquérito e ainda dos que fizeram a transferência dos servidores presos para a Delegacia da Casa Verde.
A nobre atitude dos policiais ganhou enorme repercussão na mídia que por sua vez, abriu mais espaço para as denuncias do sindicato. 
Como consequência, no dia seguinte o Juiz Corregedor do Fórum Criminal localizado no Viaduto Maria Paula, concedeu o Habeas Corpus, libertando os servidores presos.
Em seu despacho o Ilustríssimo Juiz desmoralizou de uma só vez, o Delegado, o Governador, o Secretário de Segurança e o Presidente da FEBEM/SP. 
O despacho  dizia que: " è publico e notório as péssimas condições dos servidores e adolescentes nas unidades da Febem/SP, prender os servidores com a desculpa que estes facilitaram a fuga dos internos é no minimo imoral, é tentar esconder a responsabilidade governamental e da própria instituição que nada tem feito para impedir tais ocorrências."
Desmoralizado, Guido Andrade com anuência do Governador Mário Covas endurece e demite 39 servidores do Complexo, o sindicato tenta por dez dias consecutivos negociar a reintegração dos servidores sem sucesso.
No dia 06. de outubro de 1999, uma matéria vinculada nas páginas amarelas da revista VEJA que trazia em seu contudo as graves denuncias feitas pelo Presidente do Sindicato alcançou repercussão internacional.
Nas denuncias, o sindicalista apresentava a verdadeira face da instituição FEBEM/SP, as condições indignas que viviam os internos e os servidores, bem como os reflexos destas condições em seus familiares.
As denuncias levantadas pela revista VEJA, mobilizaram a opinião do pais em favor dos servidores e dos adolescentes, colocando o Governo e a Instituição em xeque, 18 dias depois durante assembléia na porta do Complexo Imigrantes o sindicato decreta greve geral.
 No primeiro dia de greve explode a maior rebelião da História da Fundação, durante 3 dias centenas de jovens fogem, outras centenas rebelados promovem a barbárie, com morte de jovens, com a cabeça cortada de um adolescente e lançada sobre o muro, caindo aos pés da imprensa que transmitia em rede nacional e internacional. 
No segundo dia um funcionário foi jogado de cima da muralha e outros foram retirados de dentro do complexo com perfurações pelo corpo todo.
O Governo desesperado com as centenas de entrevistas que o Presidente do sindicato dava para as mais variadas redes de TV e radio no âmbito nacional e internacional, mandou os policiais prenderem o presidente do sindicato, tentando assim calar este. Porém cercado pelos trabalhadores e pela imprensa os policiais desistiram da ideia de prende-lo ali e ficaram a espreita esperando um momento que este estivesse sozinho.
Mas percebendo a armadilha da policia, o dirigente solicitou a um repórter da Rede TV ajuda, sendo atendido, saiu da porta do Complexo Imigrantes dentro do veiculo da emissora,  fazendo baldeação para o carro do então prefeito da Cidade de Iaras José Xavier, que ali estava para acompanhar o evento, já que alguns dos servidores que ali trabalhavam moravam em sua cidade.
O Presidente do sindicato juntamente com outro diretor de Nome Adalberto foram levados até a sede da Central Unica dos Trabalhadores - CUT, chegando lá relataram ao então presidente da CUT Vicentinho e a Presidente da CNTSS Eliana a situação e a ameaça de prisão. 
Estes por sua vez convocaram a imprensa e o senador Eduardo Suplicy e denunciaram a armadilha governamental.
Após 6 dias de greve e  rebeliões por todas as unidades da Fundação, Guido Andrade pede demissão, o Governador acuado faz a promessa de morar na FEBEM/SP no Complexo Imigrantes, mas sabia que não conseguiria nada sem o apoio do corpo funcional e do sindicato.
Então em um ato de sanidade, o Governador chama ao Palácio dos Bandeirantes o Presidente do sindicato que  foi acompanhado de um diretor e um trabalhador de base.
Durante a reunião apresentam  as reivindicações dos trabalhadores, o Governador então da carta branca para seu assessor e futuro Secretário de Assistência Social Edson Ortega para atender as reivindicações.
No dia seguinte foi publicado no diário oficial a reintegração de todos os servidores demitidos, bem como um plano emergencial para o restabelecimento da instituição, além disso foi autorizado ao sindicato indicar representantes para acompanhar todas as apurações e sindicâncias relativas aos servidores, visando garantir a transparência e a lisura de toda  a apuração.
Após esta vitória, os trabalhadores fizeram um rateio e realizaram uma grande festa na sede do sindicato, durante a comemoração entre sorrisos e lagrimas, todos sentiram a força que a categoria teve quando estava unida. 
O sindicato e sua direção foram recompensados com a explosão de filiações que saltaram dos quase 800 sócios para mais de 3 mil sócios, demonstrando a confiança dos trabalhadores naquela direção.
O mais importante foi mostrar ao Governo, a Sociedade Civil, as Entidades de Defesa da Criança e do Adolescente, Ministério Publico e principalmente a Direção da Fundação que estes não mais usariam os trabalhadores como bode expiatório das ocorrências no interior da instituição, pelo simples fato dos trabalhadores estarem unidos e por estes terem um órgão de representação composto por uma direção incorruptível, sem medo de lutar pelos direitos e na defesa de seus representados. 

Aquilo é o inferno

O presidente do Sindicato
dos Monitores da Febem
conta como é a vida na
maior prisão para meninos
da América Latina

Thaís Oyama

"Os internos tomam banho com água suja, pegam micose. É um campo de concentração"

Antonio Milena
Antonio Gilberto da Silva, 33 anos, representa 1.700 funcionários cujo trabalho deveria ser o de reeducar crianças e adolescentes que vivem sob a tutela do Estado. Parte deles é composta de menores de rua. Outra parte está condenada por crimes que vão do furto ao latrocínio. Os adolescentes pelos quais Silva é responsável são meninos mantidos sob um estrito código de ética, criado a partir de um universo em que se misturam a miséria, a violência e a solidariedade. São garotos que dividem com os outros o pouco que têm e que choram à noite de saudade da mãe. No tumulto de uma rebelião, podem ser capazes de matar quem se colocar à sua frente. Desde o mês passado, mais de 1 000 deles escaparam de unidades em São Paulo, numa sucessão de episódios violentos que os monitores atribuem à omissão do Estado e o governo imputa à truculência dos funcionários. Silva descreve nessa entrevista o cotidiano no Quadrilátero do Tatuapé, a maior unidade para infratores da Febem. Quando falou do que é um Natal lá, chorou, contra a vontade.

Veja O presidente da Febem, Guido Andrade, chamou vocês, monitores, de trogloditas. Tem de ser violento para trabalhar na Febem?
Silva As pessoas acham que a Febem é um jardim-de-infância. Só que o menino que está lá dentro não é o que gosta da Angélica, que assiste à Xuxa. O menino que está na Febem perdeu praticamente tudo o que tinha de criança. Ele se mira no sujeito do Pavilhão 9: o grande assaltante de banco, o bandido que matou policiais, o que teve sucesso num golpe. São esses os ídolos dele.
Veja Não têm nada de criança?
Silva Têm, às vezes. Quando choram, por exemplo, parecem crianças.
Veja Choram por quê?
Silva Principalmente de saudade da mãe. Muitos são do interior, a família está longe, não pode visitá-los. Eles sentem falta.
Veja E numa rebelião?
Silva Aí não tem mais criança. Esse menino é aquele que, se precisar, te mata, porque você é o empecilho para o que ele quer. E o que ele quer é fugir.
Veja É possível perceber que vai explodir uma rebelião?
Silva Quase sempre sabemos quando vai ter uma.
Veja Por causa dos informantes?
Silva Por causa deles, mas, principalmente, por causa do clima. Quando a gente entra numa unidade e ela está toda quieta, naquele silêncio... Olha, dá até um frio na espinha, você sabe que vem coisa.
Veja E como começa?
Silva Com os gritos. É tudo no grito. Eles combinam: quando a ala x der o grito, a coisa começa.
Veja Que grito?
Silva "Vamos virar! Vamos virar! Virou! Virou!". Uma ala grita aqui, a outra ecoa ali, dali a pouco já é o inferno. É uma gritaria que ninguém ouve mais nada, porque nós, monitores, gritamos também, e tentamos gritar mais alto que eles.
Veja O que vocês gritam?
Silva "Já era! Já era! Acabou! Senta! Senta!" É uma competição de grito para ver qual a ordem que predomina. Mas nessa hora já está voando estilete, os meninos estão quebrando as mesas, os bancos. Parece uma guerra: as gangues se atracam, os mais fortes aproveitam para pegar os mais fracos, os jurados de morte viram reféns. Já vi menino sendo furado na barriga, no pescoço. Você se sente no meio do inferno.
Veja É nessa hora que os monitores perdem a cabeça?
Silva Não, porque você está preocupado em proteger sua vida e a dos meninos mais fracos. Até porque, se um morre, o plantão todo responde. O momento pior, quando muita gente perde o controle, é quando a rebelião termina. Você olha em volta e está tudo quebrado. Alguns meninos fugiram, outros sobraram. Estão lá, só esperando uma chance de começar tudo de novo. Você vê um colega saindo todo ensangüentado, pensa na sindicância a que vai ter de responder, está arrebentando de tensão e ainda vem um moleque e te provoca. Olhe, me desculpe, mas nessa hora tem companheiro que parte para cima mesmo e, se a gente não impede, ele é capaz de matar o menino.
Veja E os funcionários tentam impedir?
Silva Todo mundo. E a história acaba sempre do mesmo jeito: o companheiro comete a arbitrariedade, os colegas conseguem acalmá-lo, ele senta numa cadeira e aí desaba. Começa a chorar igual a criança estraçalhado, os nervos em frangalhos.
Veja Vocês têm muitos monitores afastados por problemas psicológicos.
Silva Cento e cinqüenta. Os relatos mais freqüentes são de companheiros que acordam no meio da noite achando que estão numa rebelião e tentam esganar a mulher. Não é um caso, não. São muitos. É muita tensão, uma tensão que você acaba levando para casa. Outro dia, um colega estava arrasado porque o filho chegou para ele e falou: "Pai, você não era assim. Larga esse emprego". É duro ouvir isso.
Veja Por que alguns monitores foram vistos encapuzados em rebeliões recentes?
Silva Essa cultura de se encapuzar é dos meninos. É para não ser reconhecidos pelos outros companheiros ou pela polícia. Isso de funcionário se encapuzar em rebelião aconteceu no máximo umas três vezes.
Veja Mas se um funcionário tem a preocupação de esconder o rosto é porque não está bem-intencionado.
Silva Não está bem-intencionado ou está com medo. Você sabe o que é ser jurado de morte? Sabe o que é ser ameaçado por um menino que é chefe de quadrilha de banco e já matou mais de meia dúzia? Já pensou o que é enfrentar esse moleque cara a cara no meio de uma rebelião? Então, eu quero deixar claro: não é correto o funcionário da Febem entrar numa rebelião encapuzado. Mas eu posso até entender por que um ou outro fez isso.
Veja E por que um funcionário seria jurado de morte por um menino?
Silva Porque impediu a fuga dele, por exemplo.
Veja Ou porque deu um safanão mais forte nele um dia?
Silva Também. Ou porque bateu nele para defender um menino mais fraco.
Veja É fácil um adolescente fazer o monitor perder a cabeça?
Silva Olhe, quando um menino quer desestabilizar o sujeito...
Veja Faz o quê?
Silva Diz coisas, provoca. Tipo: "Ô, senhor, enquanto o senhor está aí, sua mulher está andando com outro, que eu sei". Daí para baixo. Mas o que deixa um funcionário furioso mesmo é quando o menino o engana. "Senhor, estou passando mal", ele diz. Você sai correndo para a enfermaria, todo preocupado. Chegando lá, ele vira as costas e some. Foge, ou tenta fugir. Ele te enganou e você ainda vai responder por facilitação de fuga. Aí, não é difícil perder a cabeça.
Veja Como o senhor descreveria a Febem para alguém que nunca esteve lá dentro?
Silva Fisicamente aquilo parece Auschwitz. É um campo de concentração. Parece o inferno. É parede desabando, banheiro entupido, menino tomando banho com água suja até a canela. No Complexo Imigrantes, são três chuveiros para cada ala de 400 adolescentes. Quando terminam, estão piores do que quando começaram. Fica resíduo de sabão no corpo, dá micose. As doenças de pele passam de um para o outro, porque a roupa de cama é lavada, no máximo, uma vez por semana. As roupas com que eles dormem são as mesmas com que jogam bola e jantam.
Veja E a comida?
Silva A comida é um arroz duro, com um feijão duro e um ovo duro e sem sal.
Veja Atividades?
Silva Não tem atividade nenhuma. Tem algumas horas de escola e futebol, quando tem bola. Mas vigora um esquema de revezamento para uso da quadra. Tirando isso, eles ficam sentados no chão do pátio.
Veja Sentados?
Silva Sentados. Não tem outro jeito, porque a média é de um monitor para cada 35 meninos, não de um para dois, como o doutor Guido Andrade falou. Então, não dá para eles ficarem andando para lá e para cá porque a vigilância fica impossível. Você tem de olhar se alguém está amolando um estilete, se está de olho no muro. Imagine o que é para um adolescente cheio de energia ter de ficar sentado no chão das 7 da manhã às 10 da noite. É horrível para ele e horrível para o monitor. Você vira um carcereiro. No curso de treinamento, ouvimos aquela novela de que o nosso papel é o de ser um agente transformador, que vai ajudar a fazer de um infrator um indivíduo estruturado. Eu entrei aqui acreditando nisso. É frustrante.
Veja Existe alguma coisa que funciona na Febem?
Silva Tirando alguns problemas, os internatos (unidades menores da Febem, com capacidade para quarenta adolescentes) funcionam. São lugares pequenos, em que a gente consegue se aproximar dos meninos, levar um vídeo para eles, tocar violão numa roda. Nos complexos como o do Tatuapé, onde eu trabalho, e no Imigrantes é impossível. Eu não posso nem cumprimentar um menino estendendo a mão para ele. Se fizer isso, ele apanha do grupo dele. Vão excluí-lo, considerá-lo alcagüeta. Para o adolescente ser respeitado pelos outros, tem de xingar o monitor, olhar bem feio para ele. É o código de lá. Nos internatos é diferente. Na Vila Nova Conceição, onde eu trabalhei, dava para promover campeonatos de futebol, convidar os meninos do bairro para jogar com os internos. Era bom para eles.
Veja Por quê?
Silva Porque eles vêem como é o mundo normal. Quando a partida acaba, os meninos da comunidade voltam para a rua. Os nossos ficam. Aí, a gente olha para eles: estão de banho tomado, sentados lá no módulo. Todos com a cara triste. Percebem que o menino do bairro àquela hora está na escola ou já foi para o salão de baile, está com a namorada. E eles estão lá dentro. Têm a sensação de que estão perdendo uma coisa boa. É um jeito de você ir trazendo valores positivos para eles. Principalmente nos complexos, os valores são completamente invertidos.
Veja É melhor quem é pior?
Silva Isso. Você percebe pelos detalhes. Chama um menino e fala: "Ô, Devair, vem cá, por favor". Ele vem cheio de má vontade. Aí, você diz: "Ô, ladrão, chega aqui". Ele corre, todo orgulhoso. É motivo de orgulho ser chamado de ladrão. É motivo de orgulho ser mais bandido do que o outro: se ele tomou um tapa, tem de devolver uma martelada na cabeça. É isso que a Febem ensina. A gente vê que, às vezes, chega à unidade um menino fraco, que precisa ser protegido. Ele sai e, na segunda internação, já volta diferente. Passa a usar os mesmos métodos que usaram com ele: agride os outros para se impor, toma a sobremesa do mais fraco. Aprende que é assim que se sobrevive lá.
Veja Além da fraqueza, o que mais o código de ética dos adolescentes não permite?
Silva Estupro, espancamento do pai ou da mãe, roubo de velhos, delação e furto de colegas. Quem faz isso tem de ficar em uma ala separada, que chamamos de seguro. Também é caso de morte ofender a mãe de alguém ou chamar o colega de pilantra, que significa bandido safado, sem caráter. É essa cultura que os teóricos que ficam dando palpite na Febem desconhecem. Eles acham, por exemplo, que é autoritarismo nosso ordenar que os meninos fiquem com as mãos para trás quando estão em fila. Só que eles não sabem o que significa para um menino de lá alguém encostar a mão nas nádegas dele, ainda que sem querer. É a humilhação máxima, caso para briga séria.
Veja E as visitas?
Silva Proibido até olhar. A irmã do colega passa, ela pode estar toda à vontade: o menino tem de baixar o olho. Vem a mãe, o irmão os outros nem chegam perto. Não incomodam, porque a hora da visita é sagrada. Agora, tem os que dividem a sua com quem não recebe ninguém, e isso é uma das maiores demonstrações de amizade que se pode ter lá. Você chama o companheiro, deixa ele ouvir as conversas do mundo lá fora. Ele senta do lado da família, fica contente. Mas tem de ser muito amigo para dividir a visita. O "jumbo" eles dividem sempre. Jumbo é o cigarro, o sabonete que a família traz. Eles juntam o que ganham e distribuem entre os amigos que não têm visita porque a família mora longe. Agora, o menino que tem família na cidade e nunca recebe ninguém é malvisto. A leitura é a seguinte: o cara que não merece a consideração da própria família nem da malandragem do seu bairro é porque é muito safado. Ele fica isolado.
Veja Entre os funcionários também existe o monitor malvisto?
Silva Existem dois funcionários que não prestam e que nós expurgamos: o funcionário que é bandido, ou seja, que leva arma e droga para dentro da unidade, e o que corre na hora da rebelião.
Veja O senhor já passou um Natal na Febem?
Silva Natal, Ano-Novo, muitos. É a coisa mais triste do mundo, dá vontade de chorar.
Veja Tem alguma comemoração especial para os meninos?
Silva Tem uns enfeites lá, coitados, uns enfeites que eles fazem. Eles ganham uns panetones desse tamanhozinho. Tudo duro. Fica o maior silêncio. Eles ouvem o barulho dos rojões lá fora... Não gosto nem de falar, é muito triste. Os meninos choram, os funcionários choram.
Veja A Febem recupera?
Silva Olha, acho que só um menino que tem muita fé, muita perseverança e muito apoio da família consegue sair de lá com alguma chance de recuperação ou, pelo menos, igual ao que era quando entrou. A maioria sai muito pior. Eu tenho muita pena dos pais que têm crianças lá. O mais triste é saber que a maioria perdeu o filho por causa do crack ou porque não pôde dar um tênis de marca para ele. Esse filho vai parar na Febem e aprende lá tudo o que precisa para daqui a uns anos entrar na Casa de Detenção.




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sábado, 17 de novembro de 2012

The Marley Brothers (Damian, Stephen & Julian) - Live At Glastonbury (2007)



TEXTOS E IMAGENS

RECEITAS DO MACACO: PEIXE NA BANANA

Para matar um pouco da saudade de quando a FEBEM/SP funcionava e nós funcionários da UE 12 podíamos fazer rateiro e com os conhecimentos do Macaco aqui, saborear um prato diferente a um preço razoável.  
A receita de hoje que quase levou nosso companheiro Furkin ao hospital de tanto comer é o  Peixe na Banana, bom apetite a todos.

Porção para 4 Pessoas.
Ingredientes:

- 1 kg de Cassão em postas
- 5 colheres de sopa de margarina
- 1 limão
- 1 colher de sobremesa de gengibre ralado
- 1 lata  de 200g de creme de leite
- 2 bananas prata
- 400 g de mussarela
Modo de preparo:
- lave as postas de cassão e coloque em um a vasilia que comporte uma posta ao lado da outra
- esprema o limão  sobre as postas de cassão de e umedeça os dois lados das postas
- salpique sal a gosto juntamente com o gengibre ralado e deixe descansar por 10 minutos
- descasque e corte as bananas em fatias finas compridas
- em uma frigideira grande que comporte as postas uma ao lado da outra, coloque as 5 colheres de margarina e deixe derreter, em seguida coloque as postas de cassão uma ao lado da outra e doure cada lado por 3 minutos
- após dourar o cassão coloque as fatias de banana prata espalhadas por cima das postas, e acrescente o creme de leite e tampe a frigideira por 5 minutos em fogo baixo
- após cinco minutos desligue o fogo e espalhe e mussarela sobre as bananas de forma a cobrir toda a superfície e tampe novamente a frigideira e só abra na hora de servir.

Acompanhamentos: arroz branco e saldada de almeirão ou rucula  com tomate e claro um bom vinho tinto de mesa.

Bob Marley - Jamaica Tribute Concert Live Reggae 1999 (Completo)



TEXTOS E IMAGENS

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Bomba! Geraldo Alckmin protege o PCC



Esse é o Governo do PSDB em São Paulo, será que é por isso que o Governo de Alckimin tem tanto medo da participação da Policia Federal no Estado de São Paulo? Será que o crime organizado já ocupou um cargo tão alto no Estado?

JULGAMENTO DO MENSALÃO, INQUISIÇÃO DA VERGONHA

Caros amigos e amigas da onça, como Petista, mas acima de tudo cidadão e operador do direito, quero aqui externar minha indignação com os posicionamentos que vem ocorrendo na suprema corte de nosso pais  - STF.
Como Brasileiro e operador do direito, tenho visto nossa corte suprema jogar na lata do lixo todos os ensinamentos jurídicos e doutrinários ensinados em nossas universidades nesse famoso episódio chamado MENSALÂO. 
O primeiro deles é ver um Ministro da mais alta corte de justiça do país se colocar como o verdadeiro paladino da justiça, colocando suas convicções e opiniões pessoais acima do que descreve o direito, visto que um magistrado quando se coloca na posição de julgador, não pode ter opiniões pessoais mas deve ater-se apenas aos fatos, as provas e ao conteúdo do processo e mais do que isso ao que esta previsto unica e exclusivamente na lei. 
O Juiz que não observa esses quesitos básicos ensinados no primeiro ano do curso de direito, incorre em erro grave, porque o Juiz  como aprendemos lá nos bancos da universidade é escravo da lei e não escravo de sua vontade ou de suas opiniões.Condenar alguém sem provas e por meras convicções ou para se tornar um astro é um grave erro que a sociedade não pode e não deve admitir em hipótese alguma , uma vez aberta a porta da injustiça para um a porta da injustiça estará aberta para todos.
A segunda foi ver uma Ministra da magnitude  de Rosa Weber dizer em seu julgamento que " Não tenho provas contra ele, mas vou condena-lo porque a literatura jurídica me permite". Ora isso joga no lixo todos os ensinamentos que aprendemos na universidade ou seja, as provas deixam de ser a essência da comprovação do crime, assim sendo basta qualquer pessoa ser acusada que mesmo sem provas poderá ser condenada uma vez que, tal literatura jurídica permite ao julgador  praticar tal atrocidade.
 Temos que convir que esse tipo de prática não é estranha ao poder judiciário Brasileiro, uma vez que temos visto constantemente nos noticiários, dezenas, centenas e se procurarmos afundo milhares de pessoas que cumprem penas e estão depositadas nos presídios mesmo sendo estas inocentes, simplesmente porque algum juiz que em algum momento se colocou na posição de Deus foi lá e decidiu mesmo sem as provas necessárias.
Agora o mais trágico e assistir a um Ministro da qualidade e competência do Ministro Tóffoli, afirmar que "As penas dos condenados no mensalão se compara ás da época da Inquisição", alegando para isso que os crimes cometidos pelos condenados não são de grande potencial ofensivo a sociedade, uma vez que estes só visavam o vil metal.
Isso me remeteu a lembrar de meu velho e saudoso pai Sebastião Guilherme da Silva, que nunca estudou direito, se quer tinha o primeiro ano do ensino fundamental, mas tinha um caráter, honra e honestidade que sempre deu orgulho a toda família.
 Em um de seus ensinamentos meu velho pai dizia " ladrão é ladrão, não importa se rouba um centavo ou um milhão vai continuar sendo ladrão".
Meu velho sempre fazia esta afirmativa, porque apesar de sermos muito pobres, chegando a passar fome, a catar resto de bancas nas feiras para nos alimentar, ele nunca admitiu que  subtraíssemos ou roubássemos nada de ninguém.
 Hoje tenho orgulho dos ensinamentos do meu velho pois apesar de todas as dificuldades nunca alguém pode e nem vai apontar a mim ou qualquer um de meus irmãos como ladrão.
Nosso nobre Ministro estaria extremamente correto de se arvorar em combater os vícios existentes neste processo do mensalão, que tem a clara finalidade de tentar desmoralizar uma das mais brilhantes administrações feitas neste pais. Porém jamais deveria o nobre julgador fazer uma comparação destas.
 Inquisição mesmo é quando nosso judiciário manda para a cadeia todos os dias e aos milhares, pais e mães de família que por desemprego ou falta de condições não conseguem pagar a pensão alimentícia de seus filhos, não porque não queiram pagar, mas porque não tem condições.
 Inquisição é quando vemos uma mãe de família ou um pai de família serem condenados por terem roubado uma lata de leite ou um quilo de carne no desespero de alimentarem seus filhos famintos. 
Se o nobre Ministro acha que os banqueiros, empresários e políticos não tem potencial ofensivo e não oferecem risco a sociedade porque só estavam a buscar o vil metal, então devemos soltar os inúmeros ladrões de banco aprisionados em nossas penitenciárias fétidas em condições sub humanas espalhadas pelo pais, afinal estes também só queriam  se apoderar do vil metal.
Se fizermos uma análise, veremos que, os banqueiros, empresários e políticos são mais perigosos e causam mais prejuízos do que aquele que, mediante mão armada ou a escavação de um túnel rouba um banco diretamente.
Os banqueiros, empresários e políticos ao praticarem tais crimes, agem de forma sorrateira, peçonhenta,  usando da boa fé do povo de um pais para causar-lhe um prejuízo imensurável, não só financeiro, mas também moral, pois neles foi depositado a confiança e esta não tem preço. Estes não causam prejuízo a uma só instituição ou a uma só pessoa, mas a toda uma nação. 
As consequências desta ação traz um prejuízo irreparável, uma vez que deixa milhares e milhares de pessoas  na miséria absoluta, sem equipamentos de saúde, sem escolas, entre outros, que, acabam gerando milhares de pessoas desesperadas que muitas vezes, se lançam na marginalidade por desespero e acabam virando ladrões por necessidade.
Por isso pergunto ao nobre Ministro quem causa mais prejuízo ou é mais perigoso,  quem rouba a toda uma nação ou aquele que rouba um banco a mão aramada por ter sido vitima do primeiro?
Ao nosso Ministro da Justiça que deixou uma perola essa semana na imprensa ao dizer "Prefiro Morrer do que ficar preso em uma cadeia no brasil". É nobre ministro como Vossa Excelência  muitos com certeza preferem morrer ao ter que ir para um presidio neste pais, pois sabemos que lá as condições são sub humanas, que as injustiças são constantes e não recuperam ninguém ao contrário marginalizam ainda mais.
Talvez por ter este mesmo pensamento que Vossa Excelência, que muitos hoje, aqui no estado de São Paulo estão se transformando em verdadeiros homens bomba e vão para uma guerra sangrenta com o objetivo de matar ou morrer , isso mesmo matar ou morrer, porque sabem que morrer é melhor do que ficar naquelas condições que infelizmente o ministério que o senhor comanda os coloca o tempo todo. 
Tanto é verdade que como o proletariado se organizou e se organiza para derrubar a elite dominante que os oprime, os criminosos se organizam para derrubar um sistema perverso que também os oprime.
 Quem sabe agora com a presença de seus correligionários nos presídios, seus olhos e os olhos desta sociedade se voltem aos milhares de brasileiros que estão depositados nos bancos prisionais esperando que um espertalhão bem vestido de terno e gravata venha a fazer um grande saque ou quiçá um grande roubo para esvazia-lo e assim os libertarem em nome da democracia.
Deixo aqui uma humilde frase: " Incentivemos nossos filhos a estudarem não para que possam ser ladrões privilegiados, com penas alternativas ou prisões domiciliares ou ainda com defensores assentados em grandes tribunais. Incentivemos nossos filhos ao estudo para que se transformem em pessoas sabias, coerentes, honestas e que combatam com firmeza as injustiças que em seus caminhos vierem a surgir."
ANTONIO GILBERTO DA SILVA







MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMPARA PENAS DOS CONDENADOS NO MENSALÃO ÁS DA ÉPOCA DA INQUISIÇÃO

Toffoli compara penas dos condenados no mensalão às da época da Inquisição

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli comparou nessa quarta-feira, 14, as...
Toffoli compara penas dos condenados no mensalão às da época da Inquisição
"Ministro Dias Toffoli questionou penas impostas"
BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli comparou nessa quarta-feira, 14, as penas impostas aos réus do mensalão às punições aplicadas no período da Inquisição. Ele afirmou que os crimes cometidos no esquema do mensalão não atentaram contra a democracia ou contra o estado democrático de direito. O intuito dos crimes, afirmou o ministro, era somente o "vil metal". Toffoli defendeu a imposição de penas financeiras, pois a pena de prisão, enfatizou, é "medieval".
Antes de assumir o cargo de ministro do STF, Toffoli comandou a Advocacia-Geral da União no governo Luiz Inácio Lula da Silva e foi assessor do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado pela Corte a 10 anos e 10 meses de prisão mais multa superior a R$ 600 mil por comandar o esquema de pagamento de parlamentares durante o primeiro mandato de Lula.
"As penas restritivas de liberdade que estão sendo impostas neste processo não têm parâmetros contemporâneos no Judiciário brasileiro", disse o ministro na sessão de ontem do Supremo. Para ele, o julgamento da ação penal do mensalão teria como parâmetro a "época de Torquemada" - referindo-se a Tomás de Torquemada, o "Grande Inquisidor" espanhol do século 15, em cujo período foram executados cerca de 2.200 autos de fé, principalmente contra judeus e muçulmanos na Espanha. As de agora são penas "da época da condenação fácil à fogueira", afirmou Toffoli.
Ele manteve posição discreta em todas as sessões do mensalão. Porém, na sessão de ontem, quando eram julgados os ex-dirigentes do Banco Rural, Toffoli partiu da declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - que anteontem disse preferir morrer a ficar preso no sistema carcerário brasileiro -, para criticar as penas privativas de liberdade. "Já ouvi que o pedagógico é colocar as pessoas na cadeia. O pedagógico é recuperar os valores desviados", afirmou. "Estou aqui a justificar em relação às penas uma visão mais liberal e, vamos dizer, mais contemporânea porque prisão, medida restritiva de liberdade, combina com o período medieval", disse. "Temos que repensar o que estamos fazendo para sinalizar para a sociedade."
'Vil metal'. Retomando sua argumentação, Toffoli afirmou não terem sido cometidos crimes contra a vida, crimes violentos, e observou que o esquema não atentou contra a democracia, como enfatizaram ministros da Corte, especialmente Celso de Mello.
"Tudo o que foi colocado aqui era o intuito financeiro, não era violência. Não era atentar contra a democracia, porque a democracia é mais sólida do que isso, não era atentar contra o estado democrático de direito, porque o estado de direito é muito maior do que isso. Era o vil metal. Então que se pague com o vil metal."
Por isso, Toffoli definiu-se mais liberal na aplicação de penas de prisão e defendeu que as penas de multa fossem mais severas para que os cofres públicos fossem ressarcidos. "Sem medo de dizer o que eu penso, tenho visão mais liberal (em relação à pena de prisão), vamos dizer mais contemporânea, porque prisão combina com período medieval", argumentou o ministro.
Quem comete crime financeiro, avaliou Toffoli, pode até considerar que vale a pena o risco de ser preso. Sem penas pecuniárias elevadas, valeria a pena permanecer preso por certo tempo e depois, em liberdade, aproveitar o dinheiro que foi desviado.
As penas impostas até agora pelo Supremo foram criticadas especialmente pelos advogados do mensalão. Isso foi reverberado por integrantes da Corte. Por isso, adiantam alguns ministros, ao fim do julgamento as penas passarão por um pente-fino.
O chamado operador do mensalão, o empresário Marcos Valério, está condenado a penas superiores a 40 anos. Penas que superam 8 anos, como é também o caso de Dirceu, levarão os réus para a cadeia. A lei penal prevê que penas superiores a 8 anos serão cumpridas inicialmente em regime fechado. Dos principais réus do mensalão, somente o ex-presidente do PT José Genoino deve cumprir pena em regime semiaberto.
Cobrança. A menção de Toffoli à fala de anteontem do ministro José Eduardo Cardozo levou dois outros ministros, em suas intervenções, a cobrar do governo federal que cuide melhor da política penitenciária.
O primeiro, Celso de Mello, afirmou que "é grande a responsabilidade do Ministério da Justiça" na implementação de diretrizes para a execução das penas privativas de liberdade. O poder público, advertiu, tem-se mantido "absolutamente indiferente" à necessidade de tratamento digno para os presos nas cadeias".
Em sua vez, Gilmar Mendes disse louvar as palavras de Cardozo. "Mas lamento que só tenha falado agora, é um problema conhecido desde sempre", observou. Relembrou que há 70 mil presos em delegacias e 250 mil detidos provisoriamente e acusou: "Não dá para o Ministério da Justiça dizer que não tem nada a ver com isso."

MAIS UMA NOITE VIOLENTA EM SÃO PAULO, ATÉ QUANDO VIVEREMOS COM MEDO.

Noite tem saldo de sete mortos e 14 feridos na Grande São Paulo

SÃO PAULO - Depois de duas noites seguidas de uma queda brusca no número de homicídios na Região Metropolitana...
SÃO PAULO -
Depois de duas noites seguidas de uma queda brusca no número de homicídios na Região Metropolitana de São Paulo, a capital paulista e os demais municípios tiveram juntos um saldo de ao menos sete pessoas mortas e 14 feridas a tiros em um intervalo de sete horas e meia, entre as 21 horas de quarta-feira, 14, e as 4h30 desta quinta-feira, 15. Entre os baleados, há dois policiais militares e um policial civil, dois deles vítimas de ataque e um ferido ao reagir a um assalto. Os casos foram registrados praticamente no mesmo horário, por volta das 23 horas.
A tentativa de roubo ocorreu em uma esfiharia na Rua Etelvina, na Penha, zona leste de São Paulo. O soldado Marcelo Gregório, de 26 anos, estava no local à paisana, aguardando um pedido, quando dois ou três homens anunciaram o assalto. Lotado na 3ª Companhia do 51º Batalhão, o soldado reagiu e foi baleado nas costas.
A vítima foi levada para o pronto-socorro do Tatuapé, mas a bala, que está alojada próximo à coluna, não foi retirada. Gregório corre o risco de ficar paraplégico, segundo a polícia. Outro cliente da lanchonete também foi baleado em um dos braços e foi atendido no pronto-socorro de Ermelino Matarazzo. Os criminosos fugiram e nenhum suspeito havia sido encontrado preso pela polícia até a publicação desta reportagem.
Já na região do bairro da Pedreira, na zona sul, a vítima foi um investigador do Departamento de Homicídios do município de Diadema, cidade da Grande São Paulo. Tarcísio Marcelino de Souza, de 45 anos, foi atacado no bairro Eldorado, quando seguia pela Avenida Alda em seu veículo, um Chery prata. Dois homens surgiram de moto e passaram a atirar contra o policial civil, que reagiu. No tiroteio, Souza foi ferido, mas teria conseguido atingir um dos criminosos antes que eles fugissem.
Baleado no peito e em uma das mãos, o investigador foi levado para o pronto-socorro Serraria, em Diadema, onde permanece internado, mas fora de perigo. Pouco depois, um desconhecido, ferido a tiros, procurou socorro no Hospital do Jabaquara, onde acabou morrendo. Ainda não se sabe se é o mesmo que atacou o policial civil, uma vez que os suspeitos usavam capacetes, o que dificulta o reconhecimento.
Também na zona sul, por volta das 3 horas da madrugada, um soldado, da 3ª Companhia do 22º Batalhão, chamado Henrique, foi vítima de um ataque. Ele estava à paisana e seguia em seu veículo pela Avenida Cupecê, na Cidade Ademar. Na altura da Rua Antônio Gil, o soldado foi abordado por dois criminosos.
Os bandidos, que ocupavam uma Parati branca, passaram a atirar contra ele, que foi atingido no peito e no ombro. A vítima foi encaminhada para o Hospital Geral da Pedreira, onde passou por cirurgia, e segundo a polícia, não corre risco de morte. Já os autores do atentado foram presos por uma equipe da PM na Avenida Yervant Kissajikian, mesma região. Com eles foi encontrada a suposta arma utilizada no crime. Eles foram encaminhados ao 98º Distrito Policial, do Jardim Míriam, e autuados em flagrante.
Além das ocorrências envolvendo os policiais feridos, outras 16 pessoas foram baleadas entre a noite de ontem e esta madrugada. Dessas, sete morreram. Os crimes ocorreram nos municípios de Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e São Bernardo do Campo, e nos bairro do Grajaú e Pedreira, na zona sul da capital.
Pirapora do Bom Jesus. Cinco pessoas foram baleadas por volta das 21 horas de quarta-feira em dois locais da cidade. Duas das vítimas morreram. Os ataques ocorreram nas ruas Quinze e Alcides Rodrigues Pontes, no Parque Paiol. Segundo a Polícia Militar, os tiros foram disparados por ocupantes de um carro preto. Ainda não se sabe se os ataques foram praticados pelos mesmos atiradores.
As vítimas foram levadas para o pronto-socorro municipal, mas duas delas não resistiram e acabaram morrendo. As demais foram atendidas no mesmo local e depois transferidas para pronto-socorro central de Itapevi. Segundo a polícia, algumas das vítimas já tinham antecedentes criminais. O caso foi registrado na Delegacia de Santana de Parnaíba.
Itapevi. Quatro pessoas foram baleadas entre o final da noite de ontem e o início desta madrugada em locais diferentes na cidade de Itapevi, na Grande São Paulo. Duas delas morreram. A Polícia Militar não descarta a possibilidade dos crimes terem sido praticados pelos mesmos atiradores. Por volta das 23h30, dois homens foram feridos
a tiros no Parque Suburbano, periferia da cidade.
As vítimas foram socorridas por testemunhas e, em estado grave, levadas para o Hospital Geral de Itapevi. Um dos feridos foi atingido por cinco disparos e o outro, por três. Cerca de 40 minutos depois, dois homens foram assassinados na Rua André Manuel Laronga, no interior da Favela do Areião. A PM foi acionada por moradores que ouviram vários disparos de arma de fogo e quando chegou ao local encontrou duas pessoas baleadas, caídas em via pública, já mortas. Os dois casos foram registrados na Delegacia Central de Itapevi.
São Bernardo do Campo. Uma pessoa foi morta a tiros, por volta da 1 hora da madrugada desta quinta-feira, na Estrada Particular Riuichi Matsumoto, no Bairro Cooperativa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A PM recebeu uma denúncia anônima e, quando chegou no local, encontrou um desconhecido caído na rua e morto. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial da cidade.
Grajaú. Três pessoas foram baleadas, por volta das 2h30 da madrugada na Rua Constelação da Virgem, no Jardim Ramalla, região do Grajaú, na zona sul da capital. A Polícia Militar foi acionada por moradores que ouviram vários disparos de armas de fogo.
Quando chegaram ao local, os policiais encontraram três homens feridos e caídos na rua. Dois deles já estavam mortos. A terceira vítima foi socorrida pelos policiais e levada para o Hospital Geral do Grajaú. Não foi informado o estado de saúde do paciente. O caso seria registrado no 85º Distrito Policial, do Jardim Mirna.
Pedreira. Três pessoas foram atacadas a tiros por volta das 04h30 na Rua Zike Tuma, próximo à Avenida Nossa Senhora do Sabará, no bairro de Pedreira, zona sul de São Paulo. Os atiradores, segundo a polícia, estavam em uma moto.
Os feridos foram socorridos e encaminhados ao Hospital Geral de Pedreira. Não foi informado o estado de saúde das vítimas, que permaneciam internadas até a publicação desta reportagem. O caso foi registrado no 98º Distrito Policial, do Jardim Miriam.
Veja mapa da violência:

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Polícia usará imagens para investigar morte de agente da Fundação Casa


13/11/2012 18h35- Atualizado em 13/11/2012 21h18

Polícia usará imagens para investigar morte de agente da Fundação Casa

Câmeras de segurança da padaria foram solicitadas pela polícia nesta terça.
Funcionário do abrigo de menores infratores morreu baleado em Campinas.

Do G1 Campinas e Região



Comente agora

A Polícia Civil acredita que imagens de câmeras de segurança deverão ajudar a identificar os suspeitos da morte de um agente da Fundação Casa, baleado na noite de segunda-feira (12) em frente a uma padaria no bairro Chácara Primavera, em Campinas (SP). Segundo o delegado do 4º Distrito Policial, responsável pelas investigações, Maurício Geremonte, as câmeras flagaram a ação dos criminosos e já foram solicitadas pela polícia.
Samuel de Jesus Santos Menau, de 30 anos, estava em frente ao comércio fechado, quando dois homens desceram de um carro preto modelo Corsa e atiraram. O agente da Fundação Casa foi levado com vida para o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mas não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã desta terça-feira (13).
Latrocínio ou atentado
O delegado informou que aguarda as imagens, que devem chegar na delegacia nesta quarta-feira (14), para saber se o funcionário público foi vítima de um latrocínio ou de um atentado. Em frente à padaria foram encontradas duas cápsulas de bala e um coldre vazio, usado para armazenar revólveres. De acordo com o relato de uma testemunha registrado no boletim de ocorrência, o agente informou, após ser baleado, que não estava armado.
Agente da Fundação Casa foi baleado em frente à padaria no bairro Chácara Primavera, em Campinas (Foto: Reprodução EPTV)Agente foi morto em frente à padaria em Campinas
(Foto: Reprodução EPTV)
A testemunha deve prestar depoimento nos próximos dias, segundo a polícia. Além da investigação que ocorre no 4º DP, o caso será acompanhado pela Divisão de Homicídios da Delegacia de Investigações Gerais de Campinas.
A polícia ainda não informou se o funcionário público trabalhava como segurança da padaria. Em nota, a Fundação Casa lamentou a morte do agente e informou que ele morava em Campinas com a família, mas trabalhava no centro socioeducativo Nova Aroeira, próximo à Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo (SP). A Fundação Casa também informou que dará apoio aos familiares e que as circunstâncias em que ocorreram a morte serão investigadas.

FUGA EM MASSA NA UNIDADE ENCOSTA NORTE NO ITAIM PAULISTA, DOIS FUNCIONÁRIOS FERIDOS: fonte portal g1

Adolescentes fogem de unidade da Fundação Casa na Zona Leste de SP

Fuga aconteceu por volta das 19h desta terça-feira (13) no Itaim Paulista.
45 dos 46 internos fugiram; até as 20h, nove tinham sido recapturados.

Do G1 São Paulo
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Destruição no interior da unidade onde houve fuga (Foto: Reprodução/TV Globo)Cadeiras e colchões no interior da unidade onde
houve fuga (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Fundação Casa registrou uma fuga em massa na noite desta terça-feira (13) na unidade do Itaim Paulista, na Zona Leste de São Paulo. Segundo a instituição, 45 dos 46 internos conseguiram fugir por volta das 19h. Às 20h, nove deles já tinham sido recapturados.
Ainda de acordo com a instituição, os adolescentes estavam no refeitório e se preparavam para jantar quando renderam quatro funcionários. Dois deles foram agredidos, sendo que um teve ferimentos na cabeça. O agente foi levado para um pronto-socorro da região. Não há informações sobre o estado de saúde dele.
A unidade fica na Rua Ari Cordovil. A Polícia Militar foi acionada para ajudar nas buscas pelos outros fugitivos. O helicóptero Águia, da corporação, foi enviado a região para auxiliar nos trabalhos. Integrantes da Corregedoria da Fundação Casa também foram até a unidade para apurar as causas da fuga. Uma sindicância interna será instaurada. Nesta noite, uma revista em toda a unidade deverá ser realizada.
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O ADVOGADO

PURA REALIDADE PIADA DO DIA 12.11.2012

Jurista alemão adverte sobre o mau uso de sua “Teoria do Domínio do Fato”

Jurista alemão adverte sobre o mau uso de sua “Teoria do Domínio do Fato”

publicado em 11 de novembro de 2012 às 11:28

Participação no comando do mensalão tem de ser provada, alertou Claus Roxin há duas semanas em seminário no Rio de Janeiro
Jurista alemão repreende STF pelo mau uso de sua “Teoria do Domínio de Fato”
CRISTINA GRILLO 
DENISE MENCHEN
DO RIO, na Folha/UOL
Insatisfeito com a jurisprudência alemã –que até meados dos anos 1960 via como participante, e não como autor de um crime, aquele que ocupando posição de comando dava a ordem para a execução de um delito–, o jurista alemão Claus Roxin, 81, decidiu estudar o tema.
Aprimorou a teoria do domínio do fato, segundo a qual autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e faz o planejamento estratégico para que ele aconteça.
Nas últimas semanas, sua teoria foi citada por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão. Foi um dos fundamentos usados por Joaquim Barbosa na condenação do ex-ministro José Dirceu.Roxin diz que essa decisão precisa ser provada, não basta que haja indícios de que ela possa ter ocorrido.
“Quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado”, diz Roxin. Ele esteve no Rio há duas semanas participando de seminário sobre direito penal.
Folha – O que o levou ao estudo da teoria do domínio do fato?

Claus Roxin - O que me perturbava eram os crimes do nacional socialismo. Achava que quem ocupa posição dentro de um chamado aparato organizado de poder e dá o comando para que se execute um delito, tem de responder como autor e não só como partícipe, como queria a doutrina da época.
Na época, a jurisprudência alemã ignorou minha teoria. Mas conseguimos alguns êxitos. Na Argentina, o processo contra a junta militar de Videla [Jorge Rafael Videla, presidente da Junta Militar que governou o país de 1976 a 1981] aplicou a teoria, considerando culpados os comandantes da junta pelo desaparecimento de pessoas. Está no estatuto do Tribunal Penal Internacional e no equivalente ao STJ alemão, que a adotou para julgar crimes na Alemanha Oriental. A Corte Suprema do Peru também usou a teoria para julgar Fujimori [presidente entre 1990 e 2000].
É possível usar a teoria para fundamentar a condenação de um acusado supondo sua participação apenas pelo fato de sua posição hierárquica?
Não, em absoluto. A pessoa que ocupa a posição no topo de uma organização tem também que ter comandado esse fato, emitido uma ordem. Isso seria um mau uso.
O dever de conhecer os atos de um subordinado não implica em co-responsabilidade?
A posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta. Essa construção ["dever de saber"] é do direito anglo-saxão e não a considero correta. No caso do Fujimori, por exemplo, foi importante ter provas de que ele controlou os sequestros e homicídios realizados.
A opinião pública pede punições severas no mensalão. A pressão da opinião pública pode influenciar o juiz?
Na Alemanha temos o mesmo problema. É interessante saber que aqui também há o clamor por condenações severas, mesmo sem provas suficientes. O problema é que isso nãocorresponde ao direito. O juiz não tem que ficar ao lado da opinião pública.
PS do Viomundo: Conversei há pouco com um importante jurista que me lembrou que o ministro Ricardo  Lewandowski já tinha alertado o Plenário do STF, durante a condenação de José Dirceu, de que o pensamento de Claus Roxin estava sendo distorcido. “Agora,  o próprio Roxin desautorizou o Supremo”, frisou. Conceição Lemes
Leia também:
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José Dirceu acusa Joaquim Barbosa de “populismo jurídico” e diz que “não estamos no absolutismo real”

SÓ NO STF PARA SURGIR UMA PEROLA DESSAS.

O DEPUTADO FEDERAL TIRIRICA DIZ HAVER OUTROS INTERESSES NO CONGRESSO