Os Trabalhadores da Fundação Casa de São Paulo, não se intimidaram com a pressão exercida pela direção da instituição e partiram em peso para greve.
Complexo Brás, adesão bem maior que greves anteriores |
Já em seu primeiro dia 90% das unidades no estado de alguma forma aderiram ao movimento, com paralisações que vão de 30 a 90% do plantão de acordo com a unidade, com destaque para a unidade Mirassol que teve a maior adesão e complexo Brás que também teve adesão maior que as greves anteriores, como vem sendo divulgado nas redes sociais.
Unidade Mirassol teve o maior numero de adesão. |
Na média geral estariam na greve 135 das 151 unidades e 70% do quadro de servidores que estariam de plantão hoje. A tendencia é esse numero aumentar amanhã em pleno dia das mães, tendo em vista que muitos dos servidores que estão de folga e trabalhariam neste domingo, vem se manifestando favoravelmente a paralisação em massa.
Se isso ocorrer vai gerar uma instabilidade gigantesca na instituição, pois em pleno dia das mães, com a presença de familiares de internos, a segurança que já é extremamente frágil fica ainda mais debilitada, colocando em risco a vida daqueles trabalhadores que estiverem dentro das unidades.
Nem mesmo a Liminar concedida pelo TRT da 2ª região em favor da FC, foi suficiente para fazer os trabalhadores recuassem da paralisação massiva.
Na determinação judicial, o TRT impõem a manutenção de 70% do quadro de servidores, sob pena de multa de R$ 100 mil reais por dia de descumprimento a ser pago pelo sindicato da categoria profissional, além de disponibilizar oficiais de justiça para realizarem a fiscalização do cumprimento da liminar.
Segundo informações das redes sociais, um oficial de justiça vistoriou unidades do complexo Brás, mas os diretores do sindicato que ali estavam foram proibidos pelos gestores de acompanharem a fiscalização, gerando preocupação nos trabalhadores, uma vez que o quadro de funcionários apresentado no papel pela direção da instituição é bem inferior ao que executa o trabalho no dia a dia.
A revolta dos servidores da FC não é por acaso e tem um fundamento lógico. A falta de segurança nos locais de trabalho é gritante, a cada dia faz mais e mais vitimas. A cada rebelião diversos servidores são feridos fisicamente e com maior gravidade. Além disso, os traumas psicológicos são visíveis no comportamento do servidor vitima no pós rebelião.
Não bastasse isso, ainda sofrem os danos morais, uma vez que após cada rebelião os servidores acabam sendo processados administrativamente e responsabilizados, usando a administração deste subterfúgio para justificar a situação precária que se encontram as unidades e assim isentar a administração e o governo do estado de suas responsabilidades.
Segundo um trabalhador que não quis se identificar com medo de retaliação, hoje estaria muito mais favorável aos servidor participar da greve do que correr o risco de morrer dentro das unidades.
Os servidores ainda reivindicam reajuste nos salarias e nos benefícios, tendo em vista que nas mesas de negociação realizadas entre a FC e Sindicato nenhum reajuste foi proposto, nem mesmo a reposição da inflação do período.
A postura dos trabalhadores em aderir em massa a greve, mesmo diante do risco de ser considerada abusiva, mostra o amadurecimento, coragem e disposição de lutar da categoria, o que pode causar grandes transtornos ao governo do estado e ao TRT, caso resolvam radicalizar o movimento e não suspendam a greve em uma mesa de conciliação.
Caso a paralisação em massa perdure por muitos dias, pode levar as unidades a um colapso, levando a ocorrência de rebeliões sem precedentes, colocando todos os holofotes sobre o governo que encontra-se em meio a uma chuva de denuncias de desvio de merenda escolar, enfrentando movimentos e ocupações de estudantes.
Já para o TRT, o fato dos servidores não cumprirem a liminar, mostra a situação critica em que estes se encontram em seus locais de trabalho em função da falta de segurança. Impor que estes servidores ingressem para trabalhar sem a devida segurança em numero menor, seria o mesmo que manda-los para a morte, pois com 100% do quadro já é fragilizada a segurança e acarreta rebeliões e vitimas, imagina com um numero ainda menor.
Diante deste quadro e caso o TRT adote esta posição, estaria contrariando não só julgados do próprio tribunal que foram mantidos pelo STF, como estaria ferindo de morte os preceitos constitucionais do valor social do trabalho e as garantias dadas aos servidores elencados na constituição do estado de são paulo.
Uma coisa é certa, com a greve em massa a categoria esta mandando um recado claro para a direção da FC e Governo - "Os trabalhadores não aceitam mais injustiças e escravidão e como os internos podem se rebelar sem medir as consequências."
Por: Gilberto Braw
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