No dia 01.02, o Blog Gigi Fala Tudo recebeu ligação do advogado Dr. Expedito Guilherme, que denunciou a Fundação Casa por pratica de ato arbitrário.
Segundo ele, a FC estaria descumprindo a medida judicial favorável ao servidor Marcos Costa de Almeida, decisão que exarada pelo ilustre desembargador do TRT da 2ª região dr. Luiz Carlos G. Godoi, determinou a anulação da transferência do servidor que pertence ao Grupo de Apoio - GAP (choquinho) para o pátio.
Esta decisão do TRT/SP a favor do servidor, tem o cunho de evitar que os trabalhadores deste setor sejam transferidos ao bel prazer das chefias e jogados no pátio, onde correm risco a integridade física e de morte, visto que por intervirem nas rebeliões em casos extremos, os adolescentes odeiam estes servidores como odeiam os policiais. Seria o mesmo que colocar um PM dentro do Carandiru no meio dos presos e desarmado.
O servidor Marcos Costa de Almeida nos contou que após retornar do afastamento médico (INSS), foi encaminhado pelo setor de saúde a se apresentar no setor de segurança, onde trabalha a anos, chegando lá foi atendido pela servidora Ana Paula que o tratou muito mal.
Mesmo tendo ele mostrando a decisão judicial que o impede de trabalhar no pátio e o mantém no GAP, ela lhe disse que juiz não mandava ali, e que a divisão de segurança não o queria no GAP, portanto era para ele se apresentar na divisão da V. Maria e ir para o pátio.
O servidor em função da arrogância de Ana Paula, solicitou falar com o responsável pela divisão de segurança. No entanto, não foi atendido sob a alegação que ela seria a responsável ali no momento, e que o assunto estava encerrado.
O servidor então buscou o sindicato para que este viesse a resolver seu problema ou tomar as providencias, mas também não encontrou o apoio devido.
Desorientado e deprimido, o servidor procurou seu advogado, que perplexo com o fato, já preparava uma medida de execução de cumprimento de sentença e revoltado, denunciou ao Gigi Fala Tudo.
Ressalta-se ai que, o mesmo servidor passa por outro problema, o fato de sua mãe estar infartada desde o começo do ano e não conseguir encontrar o atendimento adequado, uma vez que o RH da Fundação Casa sem prévio aviso e sem motivo cortou o convênio médico dela, colocando em risco sua vida.
Inclusive na data de hoje, a mãe do servidor foi socorrida as pressas na UBS São Marquinhos na Cohab II zona leste da capital, onde foi medicada e apesar do exame de eletro constatar o problema, não tendo como fazer o procedimento de desobstrução da coronária a dispensou, o que a FC poderá responder civil e criminalmente caso ela venha a falecer.
eletrocardiograma mãe/ Marcos |
Diante da denuncia do Dr. Guilherme, o Gigi Fala Tudo que já preparava mais uma denuncia bombástica, sobre o fato, resolveu ligar na assessoria de imprensa da FC para saber qual a justificativa para que a direção da FC não cumprisse a medida judicial.
Porem, tivemos duas grandes surpresas que nos levou a debater ontem com vários servidores pelo aplicativo watszapp, e a apresentar uma proposta nesta edição do Jornal língua Afiada.
A primeira surpresa, foi o atendimento por parte dos profissionais do setor de imprensa da FC, em especial do senhor Denilson, que nos tratou com presteza e dedicação igualmente tratam a todos os demais órgãos de imprensa.
Mesmo sabendo que nosso blog é humilde e pequeno, o senhor Denilson e demais profissionais deste setor não fizeram distinção, e tiveram o mesmo empenho e compromisso em nos responder, com cordialidade e respeito, mostrando que independente da empresa ou da politica, a classe jornalistica tem como premissa maior a ética da informação e o respeito aos profissionais da área e a seus colegas de Fundação.
Esta postura da imprensa da FC, foi bem diferente da que teve a senhora Ana Paula do setor de segurança, que atendeu o servidor Marcos Costa de forma estupida, autoritária e sem o minimo respeito.
A segunda surpresa, a assessoria de imprensa ao buscar desempenhar com eficiência seu papel, para apenas nos responder, teve tanto empenho que ao buscar os setores competentes atrás da informação sobre a decisão judicial, acabou resolvendo o problema do servidor, acionando todos os setores, inclusive o departamento jurídico da FC que reconheceu o equivoco.
Diante do parecer jurídico, a direção da instituição determinou o retorno do servidor para o GAP, conforme nota da assessoria de imprensa abaixo.
"Assessoria
de Imprensa da Fundação CASA esclarece que o servidor Marcos Costa de Almeida,
RE 25.620-1, agente de apoio socioeducativo, retornou no dia 01 fevereiro de
2017 de licença médica e não foi enviado para trabalhar no pátio de qualquer
centro socioeducativo da Fundação CASA. O servidor Marcos foi dispensado do
trabalho no dia 01/02 até que o Jurídico da Instituição esclarecesse para onde
ele deve ir. No dia 02 de fevereiro, após parecer final do Jurídico, o servidor
Marcos Costa de Almeida foi encaminhado à Divisão Regional Metropolitana I,
para laborar junto ao Grupo de Apoio conforme determina a decisão judicial".
Este fato ocorrido, nos trouxe algumas reflexões e uma proposta
A primeira reflexão, é sobre o empenho dos servidores da FC no exercício de suas funções e no trato com os demais servidores.
No caso Marcos Costa, o papel de buscar informações sobre o cumprimento da decisão judicial, e aconselhamento no setor jurídico da FC, não era do setor de imprensa, mas da divisão de segurança que naquele momento estava representada pela senhora Ana Paula, que além de não cumprir seu papel gerando sobre carga em outro setor, atuou com arrogância e desprezo para com seu colega de Fundação.
Assim, se cada setor cumprir com afinco e dedicação seu papel, outros setores como ocorreu com a imprensa não seriam sobrecarregados, bem como se todos os representantes dos setores tratassem seus semelhantes como gostariam de ser tratados e buscassem as respostas aos problemas, com certeza os servidores não estariam tão revoltados com a cúpula da administração.
Mais certeza ainda, o numero de processos judiciais contra a FC seriam reduzidos pela metade, gerando uma economia gigantesca, que poderia ser revertida em beneficio aos próprios servidores.
Neste caso concreto, se não fosse o empenho do setor de imprensa da FC em buscar os setores competentes para responder sobre o fato, o prejuízo seria grande, pois o servidor ingressaria com uma ação de execução da decisão judicial e outra de danos morais, além de sobrecarregar ainda mais o departamento jurídico, geraria um prejuízo financeiro enorme e o desgaste politico da gestão perante a opinião publica e judiciário.
Todo esse prejuízo seria gerado para a FC, simplesmente porque uma servidora da segurança por preguiça, arrogância ou prepotência , deixou de cumprir seu papel e ainda se achou maior e melhor que seu companheiro de trabalho, pensando que este fato não chegaria nos setores competentes ou nos cargos que realmente tem poder de mando na fundação.
Outra reflexão que trazemos, qual é o papel do sindicato?
Um problema tão simples como esse, onde bastaria buscar o setor jurídico da FC ou a diretoria técnica para que fosse resolvido, o sindicato se negou a resolver.
Ora! o papel do sindicato é representara a categoria, não só nas ações coletivas, mas também nas individuais como bem define o estatuto da entidade, que tem por regra a lei.
Mas no entanto, a direção sindical nefasta comandada por um presidente que se quer sabe falar, não cumpre seu papel.
Pelo jeito, o sindicato não construiu junto a administração da FC um canal direto para resolver os pequenos problemas, individuais e abuso de poder, pois algumas chefias se acham verdadeiros deuses e se colocam acima da própria presidente da fundação.
Cabe esclarecer, no passado, a gestão sindical do ex-presidente Gilberto, existia um canal de negociação direta com a FC para resolver problemas individuais entre servidores e as unidades, onde eram tratados os problemas diretamente com os responsáveis dos setores, jurídico, RH e técnico.
Na maioria das vezes os problemas eram resolvidos sem traumas para o servidor e nem para a administração da FC.
Por vezes tratava-se os problemas corriqueiros com Dr. Nazário do setor jurídico, com Rosique do RH e Laura keiko do setor técnico, evitando o desgaste entre categoria e administração, reversão de inúmeras demissões irregulares, gerando uma economia de tempo e dinheiro para a instituição e para os trabalhadores que viam suas demandas serem resolvidas.
Só eram levadas para a presidência da instituição os casos que demandavam soluções mais amplas ou de abrangência geral da categoria.
No entanto hoje, a categoria não tem nenhum canal para resolução destes problemas, como já exemplificamos com o caso do servidor Marcos, acabam gerando grande prejuízo para o servidor e para fundação, visto que o sindicato não goza de credibilidade e confiança, além de ser uma gestão considerada pelega.
Do outro lado, a ouvidoria da FC não funciona, não tem credibilidade junto ao corpo funcional, que quase não procura, e quando denuncia, a denuncia parece não chegar aos cargos de comando da FC, mas sempre acaba chegando aos ouvidos da chefia denunciada que parte para a vingança.
Isso gera no servidor um ódio mortal, não só contra a chefia arbitraria, mas também contra a presidência da instituição e sua cúpula, pois fica parecendo que tomaram ciência e não tomam providencias.
Diante destas reflexões, o Gigi Fala Tudo buscou ouvir alguns servidores através do watszapp entre a noite de ontem de o dia de hoje.
Assim, apresenta aqui uma proposta que acha ser a mais viável para resolver esta problemática de falta de comunicação.
A proposta consiste na criação de um cargo de ouvidor geral da instituição, como acontece hoje na policia do estado de são paulo.
O ouvidor seria um cargo independente e autônomo, sendo o ouvidor um servidor da própria FC , só que ao invés de ser um cargo indicado como ocorre hoje na policia do estado, o ouvidor seria eleito entre o corpo funcional, com mandato de 2 anos, podendo ser reeleito por mais uma mandato de 2 anos.
Este ouvidor geral, usaria a estrutura já existente da fundação, com autonomia de manter ou alterar os servidores do setor conforme necessidade, confiança e legitimidade destes junto a categoria, ou ainda, o quadro de servidores que comporiam os quadros da ouvidoria, poderia ser eleita junto com o ouvidor para executar a parte operacional.
Sendo a ouvidoria independente e eleita pelos servidores, não poderia ter interferência da gestão sobre as apurações feitas pelo ouvidor.
Teria o ouvidor como função principal, dar acessibilidade as demandas dos servidores, ouvindo as reclamações e levando estas aos setores competentes da instituição.
Por ultimo, caso os setores não tivessem competência para resolver tal demanda ou como ocorreu com o servidor Marcos Costa, haver abusos por parte de chefias imediatas, o ouvidor encaminharia estas denuncias diretamente a presidência da FC.
A diferença entre esta proposta e a ouvidoria já existe hoje, é justamente a autonomia do ouvidor e a confiança deste junto aos servidores.
O fato dele vir da base e eleito por ela, com certeza a fluides de informações, denuncias e procura por soluções diretas seria muito mais eficaz, além de diretamente obrigar os servidores dos diversos setores a cumprir com efetividade, presteza e cordialidade o seu papel, desafogando as demandas e os setores sobrecarregados.
Isso também inibiria as chefias de cometer abusos, pois muitas vezes, algumas chefias usam de seus cargos para beneficio próprio através do abuso de poder.
Caminhos para resolver os problemas e distensionar o clima ruim hoje existente entre a cúpula da gestão e os servidores existem, e são muitos, bastando para isso ter vontade politica e seriedade no trato com a coisa publica, com a imagem politica da instituição e com os direitos dos servidores, pois ocorrendo esses preceitos todos ganham, governo, gestão e trabalhadores.
Como blogueiro todos sabem que a 13 anos sou critico feroz da gestão de Berenice Gianella, mas pela primeira vez e por questão de justiça parabenizamos a cúpula da gestão e a presidência da fundação por identificar o problema do servidor Marcos Costa e reconhecendo o equivoco do setor de segurança de pronto corrigiram o erro.
Podemos ter posições e visões de gestão diferentes e até mesmo diferenças politicas, porém jamais a ética e o senso de justiça nos permitiria deixar de elogiar aquilo que é feito de bom em prol dos servidores tão sofridos desta instituição, mesmo que feito de forma tímida e individual.
Ao setor de imprensa e ao jurídico da instituição fica aqui também nossos elogios e agradecimento, não só pela solução do problema, mas pelo exemplo dado a todos servidores e a este blogueiro.
Com eficiência e ética nos ensinaram a ouvir o outro lado sempre, e também, quando cumprimos com nossas funções com dedicação, empenho, humildade, tratando o caso do outro como gostaríamos que o nosso caso fosse tratado as relações e confiança melhoram, nos fazendo acreditar que uma fundação mais humana e justa é possível.
Por Gilberto Braw