GREVE CRESCE NA FUNDAÇÃO CASA/SP, GOVERNO RECORRE Á JUSTIÇA E SE DA MAL

CRESCE A ADESÃO A GREVE DA FUNDAÇÃO CASA E GOVERNO SE DESESPERA

Para quem não acreditava na greve dos servidores da Fundação CASA/SP, ai esta a resposta.

Iniciada a 00:00 horas desta quinta feira em todas as unidades do estado. A adesão já esta em torno de 70% segundo levantamentos feitos pela assessoria do Deputado Estadual Antonio Mentor que acompanha de perto o desenrolar da luta da categoria.

Para Marivaldo Brito assessor do Deputado Antonio Mentor, essa confirmação de crescimento do movimento grevista se cristaliza ao ver a Direção da Fundação CASA/SP, ingressar novamente no TRT/SP para buscar garantir a manutenção dos 70% de servidores na ativa.

" É claro que se o movimento grevista não estivesse fortalecido e crescendo a Direção da Fundação não teria buscado o cumprimento desta liminar. Isso demonstra claramente o descontentamento dos trabalhadores com a precariedade da segurança, desvalorização profissional e abuso da corregedoria contra os servidores". 

"O Deputado Antonio Mentor, apesar de estar fora de São Paulo, determinou a toda assessoria que acompanhasse de perto a greve, colocando todo o gabinete em apoio e a disposição da categoria. Estamos inclusive apurando várias denuncias que tem chegado  que alguns Diretores de Unidade estão fazendo Assédio Moral sobre os servidores que estão aderindo a greve, o que é um absurdo." Disse o assessor.

 O TIRO SAIU PELA CULATRA NO TRT

A Fundação CASA/SP e o Governo do Estado no desespero de conter o crescimento do movimento paredista que atinge a todas unidades do Estado, ingressou com um novo pedido no TRT/SP, que tinha por objetivo obrigar o cumprimento da primeira liminar e manter assim 70% dos servidores na ativa.

Porém, o tiro saiu pela culatra pois, no entender do Desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto "impor-se a manutenção do percentual de 70% pode equivaler a negar o direito de greve a categoria."

Seguindo este raciocínio, se o Sindicato da categoria convencer os Desembargadores que não há como garantir a segurança dos servidores no interior das unidades durante o período de paralisação, com certeza a adesão da categoria em 100% pode ser considerada legal em função do risco de vida dos trabalhadores, como já ocorreu em dezenas de greves onde a liminar de 80% foi descumprida e a greve julgada legal.

MOVIMENTO CRESCE E MOSTRA SUA CARA PARA O ESTADO

Apesar de ter um Sindicato desacreditado, a greve da categoria esta crescendo de forma rápida e organizada. Isso se dá segundo o A.A.S Carlos Buryl Uilson, pelo fato de no passado ter se construído diversas lideranças, pois, com a demissão de 1751 funcionários e toda aquela luta histórica, a categoria ganhou consciência e união, nascendo inúmeras lideranças que vieram a se fortalecer com as redes sociais e os Blogs que se tornaram um grande meio de informação e de debate. 

Em diversas Unidades como Complexo Vila Maria, Raposo Tavares, Ribeirão Preto, Chiquinha Gonzaga entre outras, os servidores não se contentaram apenas em paralisar as atividades, mas também, paralisaram rodovias, avenidas e ruas para mostrar sua insatisfação, criando assim um grande transtorno para a cidade e dando visibilidade para o movimento na grande imprensa.

PARALISAÇÃO PODE CHEGAR A 100% NOS PRÓXIMOS DIAS

Com vasta experiência em 14 greves na Fundação CASA/SP, Gilberto que liderou a entidade sindical de 1999/2004, afirma que, "A categoria esta de parabéns pela garra e união e, analisando o crescimento do movimento posso afirmar com tranquilidade que chegará aos 100% no final de semana. Se levarmos em conta os que estão na greve, os servidores que estarão de folga e aqueles que vão se aproveitar da greve para irem para praia e descansar, somados as rebeliões que já estão em curso, posso afirmar que vai chegar a 100%, pois nem os pelegos vão querer trocar suas vidas por horas extras."

Para Eduardo Oliveira, Instrutor Profissionalizante,"Estava na hora dessa categoria dar uma resposta a altura. não podemos aceitar apenas reajuste de salário, temos que exigir valorização pois, enquanto a Fundação paga para as ONGs R$ 100,00 reais a hora de trabalho, aos servidores da própria Fundação ela paga apenas R$ 6,78 reais a hora de trabalho, o que deixa uma impressão de ser caixa dois."

Uma coisa é certa, depois dessa greve, a Fundação CASA/SP não sera a mesma e a união dos servidores com certeza será muito maior. Parabéns a todos que estão na luta por justiça e dignidade.

TEXTO: GIOVANE SANTOS