A Fundação Casa de são paulo, mais conhecida nos últimos dias como Fujabem, registrou nas ultimas horas mais 19 fugas.
Segundo informações postadas pelos servidores via watzapp, as fugas desta vez ocorreram na unidade João do Pulo localizada no Complexo Vila Maria, Zona Norte de São Paulo.
Com mais esta fuga, sobe para 506 o numero de internos que se evadiram da instituição de janeiro até agora. A Fundação Casa/ Fujabem, vive sua maior crise dos últimos tempos, no entanto, a corregedoria da instituição sempre vem a publico dizer que vai abrir sindicância para apurar se houve falha do corpo funcional.
Em entrevista a folha de São Paulo, a presidente da Instituição falou sobre suspeita de que as fugas estejam relacionadas a insatisfação dos servidores, que ao menos em 2 casos já foram detectados que haver falha de funcionários nos procedimentos.
Incompetência administrativa x estoque de desculpas
O estoque de desculpas da direção da Fundação casa e de sua Corregedoria parece não ter fim, pois afirmar que as mais de 500 fugas registradas teriam relação com a insatisfação dos servidores, é no minimo abusar da inteligencia do cidadão paulistano.
A quase 25 anos gerindo o governo do estado de são paulo, o PSDB continua levando a questão dos adolescentes autores de ato infracional abrigado na Fundação Casa com a barriga, ao invés de tratar o assunto como uma politica de estado.
Nestes 25 anos, a cada rebelião, a cada fuga, a cada morte, o governo usa sempre os mesmos argumentos já ultrapassados e que não colam mais na sociedade. O governo sempre busca responsabilizar os servidores, os internos, as entidades de defesa, o MP e o judiciário como responsáveis pelas mazelas e absurdos que ocorrem na instituição.
Porém, ele governo, nunca admite sua incompetência e erros grosseiros na postura administrativa equivocada que adota no gerenciamento da instituição, que virou um cabidão de empregos, para não dizer que se tornou uma verdadeira curva de rio, onde, os mais incompetentes são agraciados com cargos de confiança e recebendo salários polpudos, apenas para acomodar os interesses políticos governamentais.
Nos últimos 9 anos, justamente período em que Berenice Gianella esta a frente da instituição, a politica adotada é de mera maquiagem, com estratégia de marketing, que iludem os cidadãos, não refletindo a verdadeira situação por qual passa a instituição.
Para quem trabalha diretamente no sistema, fica evidente que a parceria com organizações sociais, não tem uma finalidade clara de recuperar o infrator efetivamente, mas apenas de transferir recursos.
Essa afirmativa pode ser constatada se levantarmos o histórico de profissionalização dos jovens quando era realizada pelos próprios profissionais da Fundação através das UDMs, com um custo muito menor e de melhor qualidade.
O mesmo ocorria com a segurança externa da Fundação, quando esta era realizada por servidores da instituição o numero de fugas e rebeliões era infinitamente menor. Já com as empresas de vigilância que se quer tem estrutura, aparato ou preparo para isso,os números de ocorrências se multiplicam.
Para manter escondida a incompetência administrativa, a direção da instituição montou um aparato de terror contra internos e servidores.
A gestão construiu um aparato jurídico chamado corregedoria, para atuar como se fosse sua assessoria de imprensa, pois, antes mesmo do corregedor ter realizado uma apuração total dos fatos, este já mostra em seu discurso na imprensa um posicionamento politico claro de defesa da administração.
Assim, ao invés de apurar os fatos e apontar as soluções, busca apenas arrumar um cristo para ser crucificado em nome de manter a gestão ilesa dos erros grosseiros que comete reiteradamente.
Esta postura adotada pela corregedoria, além de abominável, se torna ilegal, uma vez que deixa os corregedores de cumprir seu mister apuratório, para se transformar em perseguidores políticos e marqueteiros da administração.
Cabe aqui a você caro internauta uma reflexão, qual servidor que em sã consciência, vai querer promover uma rebelião para ser vitima dela? É visível que a cada rebelião e fuga, um numero significativo de servidores saem gravemente feridos, o que desmonta por completo os argumentos lançados pela administração.
O esvaziamento das unidades através de fugas
Se a corregedoria da instituição fosse externa e autônoma, com certeza há muito a presidente da instituição estaria respondendo um processo e já teria sido afastada. Porém isso não ocorre, pelo fato da corregedoria ser subordinada diretamente a Presidência e ainda é um cargo politico.
Uma simples apuração poderia se constatar que, nos últimos 25 anos, todas as vezes que a instituição atingiu um limite excessivo de superlotação, as administrações buscaram fragilizar ao máximo a segurança, facilitando assim que os internos tivessem melhores condições de organizar fugas e rebeliões.
Esse método de esvaziamento da instituição que libera indiretamente os internos pela porta dos fundos a revelia do MP e do poder judiciário, coloca na maioria das vezes a vida dos internos e servidores em risco. Isso fica mais evidente quando se constata que nenhum dos gestores são ou foram punidos, seja pela omissão em não buscar meios adequados para evitar tais ocorrências, seja pela ação de reiteradamente fragilizar a segurança, intimidando os servidores e retirando deles a autoridade perante os internos.
Servidores são educadores e não carcereiros
Ao dizer que os professores e psicólogos também são responsáveis pela segurança das unidades, a presidente da Instituição além de mentir descaradamente, mostra um total desconhecimento das funções e atribuições dos servidores da instituição que ela gerencia.
Os professores são fornecidos pela secretária de educação, assim não tem vinculo direto com a instituição e menos ainda obrigação de fazer um papel que não é seu.
No mesmo diapasão estão os educadores, psicólogos, assistentes sociais, professores de educação física e agentes sócio educativos. O papel destes profissionais não se enquadra como de um carcereiro ou agente de segurança.
Por esse prisma fica nítida a inverdade da presidente, que se recusa a assumir sua incompetência a frente da gestão.
Cabe ainda lembrar que, Berenice Gianella e governo só cometem este tipo de chacota com a sociedade e com os servidores, pelo fato do sindicato da categoria profissional ser omisso.
Não se sabe como, mas o governo conseguiu prender o rabo da direção sindical de tal forma que esta chega ao cumulo de não se constranger em ter uma postura pelega e patronal.
Com certeza se fosse em outros tempos, em outra direção sindical, Berenice Gianella não teria durado se quer seis meses a frente da Fundação, pois, acredite o caro internauta, houve tempo que em apenas um ano, mais de 3 presidentes foram destituídos pela categoria através da luta e do enfrentamento. Afinal é cediço que, quando os trabalhadores cruzam os braços gestão nenhuma se segura no cargo.
Talvez seja a hora dos servidores retomarem a coragem e, independente de sindicato, cruzarem os braços e exigirem das autoridades competentes um intervenção imediata na Fundação Casa e no sindicato, para que seja realizada um auditoria em ambas entidades e apure-se de fato quais interesses estão por trás da situação caótica que sempre acaba vitimando, internos, trabalhadores e sociedade.
Com certeza se isso ocorrer, governo, gestores e dirigentes vão ficar em situação delicada e muito constrangedora. Os servidores não devem se render ao discurso fácil e medíocre usado pela presidência da Fundação casa de que estes são responsáveis pela segurança, ao contrário devem cada vez mais atuar como educadores pois isso é o que prevê a legislação maior.
Por: Gilberto Braw