Se engana quem acha que o Partido dos Trabalhadores se esfacelou com o impeachment de Dilma Rousseff e com o resultado das eleições municipais de 2016.
Ao contrário, este tropeço pode se transformar na maior vitória da militância petista e do próprio PT, uma vez que sem o poderio bélico da máquina administrativa, a direção do partido e seus caciques perdem o poder de pressão e de mando sobre seus soldados.
Esta situação devolve o partido aos humildes militantes, aqueles que amassam o barro e saem a campo fazendo o verdadeiro debate de projetos na sociedade.
Obriga ainda a direção e suas estrelas a ouvir e valorizar mais as bases do partido, essa mesma base que nos últimos anos estufava o peito em dizer que o PT havia mudado os rumos do cenário nacional, mas que se mostrava contrariada com os caminhos e alianças em prol da chamada governabilidade.
Por vezes a militância petista se viu pressionada a engolir a seco os sapos imposto pela direção partidária.
Mesmo contrariada, esta militância se submetia ao vexame de ter que abraçar inimigos históricos que sempre combateu, além de passar o constrangimento de explicar em suas comunidades a importância de tais alianças.
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Exemplos são muitos, a aliança com o PMDB de Temer, Sarney e Renan, com o PTB de Jeferson, com o PP de Maluf, entre tantos outros, ou ainda, o abandono de Dirceu, Genoíno, a candidatura de Haddad a prefeitura de SP, levando Marta Suplicy a sair do partido.
Pior que isso, foi ver os inimigos históricos participarem da administração petista, enquanto a militância honesta que havia construído e lutado pelo projeto politico de mudança ficava de fora, humilhada, assistindo os inimigos gerirem e destruírem seus sonhos.
Como sempre, apenas quando o partido esta na beira do abismo é que a direção se lembra dos militontos, e estes nunca se esquivaram em arregaçar as mangas e sair na defesa da bandeira vermelha e tudo que ela representa.
Nas eleições municipais de 2012, foi constrangedor ver que a massa queria Marta candidata a prefeita de São Paulo. Mas contrariando os humildes, a estrela maior do partido usou de seu poder e prestigio para empurrar goela abaixo Haddad, que apesar de ser mais técnico do que politico foi um bom prefeito, porém não exerceu um dialogo direto com as bases, dando maior atenção ao arco de alianças e a tal governabilidade.
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O ano de 2016 talvez tenha sido o de maior sofrimento para o exercito vermelho, pois viu seu projeto de transformação da pátria amada mãe gentil ser aniquilado.
A destruição se deu em função da aliança feita com verdadeiros bandidos que a décadas assaltam os cofres públicos e exploram a classe trabalhadora.
Em São Paulo este constrangimento foi ainda maior, pois, a militância que saia as ruas para pedir voto na reeleição do prefeito, na maioria absoluta, se negava falar mal da agora adversária Marta Suplicy, uma vez que esta sempre ouviu e respeitou a vontade da base.
A saída de Marta foi uma perda irreparável para ambos os lados, municiando ainda mais o inimigo.
Enfim, agora sem o poder dos generais, os soldados podem se rebelar e novamente trazer o partido as suas origens, onde a voz dos amassa barro seja novamente ouvida, bem como, seja aprovado aquilo que realmente é a sua vontade.
Este talvez seja o maior desespero dos adversários e da elite fascista, sabem eles que ao retornar as origens o PT não estará assentado apenas sobre nomes de figuras carismáticas como Lula, mas estará assentado nas bases do projeto socialista plantado nos corações daqueles militantes que estavam lá na fundação do partido.
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Mais que isso, se observarmos as eleições há claros indícios que o povo brasileiro não está contra o PT, mas contra as alianças e a quebra da fidúcia de probidade que sempre foi a marca petista, e que foi jogada na lata do lixo pelos acordos nefastos em nome da governabilidade.
Exemplo disso é ver que apesar do PT ter perdido a maioria das prefeituras que disputou, onde ganhou, ganhou em primeiro turno com candidatos com fama de honestos.
O PT teve ainda o vereador eleito com o maior numero de votos. Curiosamente, Eduardo Suplicy é reconhecido até mesmo pelos adversários, não só pela sua luta em defesa dos mais humildes, mas principalmente por sua honestidade.
Mesmo com toda adversidade e ataques que o partido sofreu diuturnamente pela rede globo (salva por lula em seu primeiro mandato), a militância petista tirou Haddad do fundo do poço e o levou para o segundo lugar.
Se não fosse as abstenções, teria levado Haddad para o segundo turno e com grandes chances de ser reeleito, mostrando a força dos amassa barro petistas.
A direita sabe que a força do PT não está unica e exclusivamente nas estrelas do partido e nos generais, mas no próprio exercito vermelho.
Os adversários sabem que ai mora o perigo, pois se este exercito resolve se rebelar e colocar o PT nos trilhos fazendo sua voz ser ouvida, em 2018 será difícil derrota-lo nas urnas, pois com a garra que defendem seus projetos de mudança mesmo sob forte bombardeiro, é com certeza o maior diferencial em qualquer pleito eleitoral.
Não conta com melhor sorte os golpistas, seu projeto naufraga rapidamente.
Cada vez mais fica escancarado que o golpe foi a forma encontrada pelos fascistas para jogar o país em um retrocesso que beira a escravidão.
Em uma democracia, o golpe capitaneado pelo PMDB e PSDB não se sustenta, pois o povo não vai aceitar voltar para a senzala depois de saborear as benesses da casa grande.
Dizem as más linguás que uma rebelião começa a ganhar vulto nos quarteis petistas, os soldados começam a exigir a mudança dos generais que atualmente estão a frente da direção do partido.
Se isso realmente ocorrer será a retomada do partido pelas bases, o que levará o PT a sua maior vitória para o desespero dos adversários.
Por Gilberto Braw
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