sexta-feira, 21 de outubro de 2016

"Vocês São Heróis" Diz Mãe de Servidor Assassinado na Fundação Casa de Marília ( Entrevista)

"Não deu assistência nenhuma mesmo. Só foram lá no dia para dar a notícia para a minha mãe e depois ligaram sete dias depois para saber se ela estava tomando remédio de pressão". Diz irmã de funcionário assassinado sobre apoio da FC e Governo.

Francisco Calixto Morto em rebelião FC
Uma mensagem postada nas redes sociais na tarde de ontem, emocionou e ao mesmo tempo revoltou os servidores da Fundação casa de São Paulo.

A mensagem foi enviada por dona Maria José Salmi de 72 anos, mãe de Francisco Carlos Calixto 51 anos, assassinado no ultimo dia 04 no interior da unidade Marília da Fundação Casa.

Calixto foi assassinado durante uma rebelião, onde os internos cravaram um espeto de madeira em sua garganta no dia em que ele completava 51 anos.

Apesar da revolta e da idade avançada, dona Maria José escreve com lucidez e pede que os servidores perdoem, pois seu filho jamais admitiria mais sangue derramado.

Esta mensagem circulou ontem pelos grupos de watszapp e emocionou e revoltou os servidores da FC que, nas ultimas semanas, estão sendo vitimas de novas rebeliões. 

Só no complexo Vila Maria foram 2 em um único dia, além da unidade São Luiz entre outras. 

Não basasse isso, em Diadema uma família foi pega portando drogas nas vestes de um bebe e pretendiam levar para os internos, apesar da vigilância ter pego, nada aconteceu e mesmo assim a visita teve sua entrada liberada pelos gestores da unidade colocando em risco os servidores.

Já no litoral, segundo as redes sociais, um diretor de unidade foi pego com celulares que ele estava levando para os adolescentes, mas também nada foi feito. 

Em campinas, além das péssimas condições de trabalho, os servidores sofrem com a perseguição das direções das unidades.

No caso de Francisco Calixto, uma carta anonima enviada a um jornal de Marília, revela que a tragédia era anunciada e a direção da unidade foi a responsável em função dos acordos que fazia com internos.

O Jornal Língua Afiada, conversou com Rosana Maria Calixto, 52 anos, irmã do servidor assassinado, que concedeu entrevista para o Gigi Fala Tudo e denuncia que a Fundação Casa não esta dando apoio nenhum, bem como o sindicato.

A denuncia de Rosana, só vem a confirmar aquilo que já foi pelo nosso blog denunciado, a FC sempre faz um discurso na imprensa de que vai dar apoio mas nunca este apoio se concretiza.

Rosana Calixto e o gov. Geraldo Alckmin
Confira abaixo entrevista com Rosana irma de Calixto e a mensagem dedona Maria Joé aos servidores da Fundação.

JLA : A Fundação casa ou o Sindicato deram algum apoio a família?

R.MC: Não deu assistência nenhuma mesmo. Só foram lá no dia para dar a notícia para a minha mãe e depois ligaram sete dias depois para saber se ela estava tomando remédio de pressão.

JLA:  Qual é o sentimento de sua família diante desta tragédia?

RMC: O sentimento é de muita tristeza ainda e imaginando que isso poderia ter sido evitado.

É também sentimento de abandono pelo governo do estado e Fundação Casa.

Meus sobrinhos hoje é que estão correndo atrás das coisas.

JLA: O Francisco chegou a fazer algum comentário sobre os riscos que poderia estar correndo no trabalho pela falta de segurança?

RMC: Sei que ele andava muito preocupado, falava da falta de funcionários mas ele chegou a comentar o porque.

O Francisco era muito discreto quando a isso. Acredito até que para não preocupar minha mãe.

JLA: Quantos filhos tinha o Francisco?

RMC: Dois filhos um de 22 e e o outro 26 anos e o neto de um ano e poucos meses, o neto ainda não esta entendendo o que aconteceu.

JLA; O Francisco pelas fotos, parecia ser uma pessoa muito de curtir a família, qual é o sentimento da esposa e filhos diante desta situação?

RMC: Estão todos muito indignados e pode- se dizer até revoltados.

JLA: Sua mãe pela mensagem que ela mandou aos funcionários parece ser uma pessoa muito religiosa, como esta sendo para ela esta perda,?

RMC: Minha mãe aceita as coisas com muita dignidade.

JLA: Você espera que a morte de seu irmão venha a trazer mudanças para a FC?

RMC: Espero mudanças sim, estou mantendo contato com alguns deputados.


JLA: Se você pudesse falar olhando nos olhos da presidente da FC e  Governador o que você diria para eles diante dessa tragedia?

RMC: Tenho usado muito uma frase ultimamente "O Francisco não era um número, ele era um ser humano". Enquanto as autoridades não se conscientizarem de que estão lidando com bandidos as tragédias vão continuar acontecendo.

E eu espero que a morte do meu irmão sirva para que mudanças aconteçam.

JLA: Qual a mensagem que você deixaria para os trabalhadores da FC?

RMC: Para os trabalhadores da FC deixo a seguinte mensagem: Não deixem se abater com essa tragédia. O Francisco não iria gostar de ver ninguém abatido. Essa luta agora é de vocês, sem vinganças, somente com justiça. Não desistam nunca. Obrigada pelo amor que vocês tinham e têm pelo meu irmão. Guardem na memória de vocês a alegria dele que sempre foi a sua marca registrada.

Mensagem da mãe do servidor Calixto aos servidores da FC

"Vocês são heróis anônimos e não só servidores públicos me orgulho de te-los comigo, não preciso de joias raras ou coisa que o valha, esta no amor que vocês se dedicam, um ao outro nesse trabalho insano que está a força do bem.

Cada um de vocês  receba a minha benção de mãe, a mãe que criou e educou um filho pronto para dar sua vida por essa sociedade,  que queria ver uma Marília melhor, ver  a luz antes da trabalhar para a paz. 

Não digam que não o conheciam, e sabiam que ele era amado por todos, mas antes amado por deus que o criou Coração.

Não fui avisada por Deus quando o Francisco Carlos iria para a gloria, mas antes dele nascer, um ano antes, o vi embrulhado em um pequeno cobertor azul ao lado de sua irmãzinha, era o bebe mais forte e saudável que Deus poderia me dar.

Era calmo, sempre calmo e bom filho, atrevido e risonho, mas quis o destino esse fim trágico.

Não fui avisada, mas algo me dizia que ele partiria no dia de seu melhor dia, comer  bolo de festa que todo ano lhe dava feito por mim. 

Não estou criando clima, estou dizendo a todos, assim como a todos devo amar com igual responsabilidade, eu o amei até o ultimo momento, porque era esse o amor que o acalmava antes dele descer para a Fundação. 

Me dizia: você me da paz, o ódio, a magoa e a tristeza me fazem mal, é preciso amansar o coração antes de ir a luta, pois é preciso raciocinar como pessoas equilibradas e não como meros animais vingativos. 

Quero pedir que perdoem, pois é no perdão que esta a paz de cada um. Não significa não lutar, significa lutar pela verdade. 

o Francisco jamais admitiria mais sangue derramado, mesmo que fosse no coração de cada um. Uma mãe que raciocina com o espirito santo". Maria José Salmi 72 anos 

Por: Gilberto Braw

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