Força
Tarefa desarticula quadrilha que fraudava aposentadoria e seguro-desemprego
Operação aconteceu na
manhã desta terça-feira (27) em duas cidades gaúchas
Da Redação (Brasília) –
A Força Tarefa Previdenciária desarticulou, nesta terça-feira (27), no Rio
Grande do Sul, um grupo criminoso responsável por fraudar aposentadorias e
seguros-desemprego. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em
escritórios e residências em Porto Alegre e Viamão.
A quadrilha usava
várias empresas, que estavam desativadas há alguns anos, mas que eram
utilizadas para fazer registros falsos de emprego com o objetivo de gerar
direito a benefícios. Uma única aposentadoria irregular detectada causou à
Previdência Social prejuízo em torno de R$ 500 mil.
As investigações
começaram em 2013, quando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ao
analisar um processo de concessão de benefício, identificou vínculo
empregatício com indícios de irregularidade. O caso foi encaminhado para
análise da Assessoria de Pesquisa Estratégica e Gerenciamento de Riscos
(APEGR), setor de inteligência da Previdência Social, que identificou vários
outros vínculos falsos na mesma empresa.
Uma das empresas foi
criada na década de 70 para atender às necessidades de segurança privada de um grupo
empresarial do estado. No final dos anos 90, a empresa deixou de funcionar,
porém perante a Receita Federal continuou ativa. Depois de muitos anos a
empresa foi transferida para o nome de “laranjas” e os antigos proprietários,
com o auxílio de um contador, passaram a confeccionar Guias de Recolhimento do
Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social (GFIPs ), informando
empregados que nunca existiram.
Vários desses vínculos
empregatícios totalizam 30 anos. São pessoas que nunca contribuíram para a
Previdência Social e que, com a fraude, obtiveram aposentadorias próximas ao
teto da Previdência Social, hoje correspondente a R$ 4.663,75 . Os
beneficiários do esquema são engenheiros, advogados, e alguns são servidores
públicos do estado do Rio Grande do Sul já aposentados.
Em outros casos
constatou-se que, quando a empresa passava a apresentar problemas financeiros,
a titularidade era transferida para o nome de “laranjas” para continuar atuando
no mercado sob a direção dos antigos proprietários. Além da sonegação fiscal e
previdenciária, os fraudadores lesavam instituições bancárias com a obtenção de
empréstimos. Quando os credores buscavam cobrar seus créditos somente
encontravam dívidas e um sócio que não possuía bem algum.
Até o momento, foi estimado
um prejuízo, com a concessão de alguns benefícios, de R$ 1,5 milhão aos cofres
da Previdência Social. No entanto, foi evitado um prejuízo de aproximadamente
R$ 3,8 milhões, considerando a expectativa de sobrevida dos supostos
beneficiários das aposentadorias. A Força Tarefa ainda descobriu o saque de 63
seguros-desemprego a partir de vínculos falsos, representando um prejuízo ao
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no valor de R$ 230.234,00.
Além da execução dos
mandados, a justiça determinou o sequestro de bens dos investigados e a
suspensão cautelar do pagamento dos benefícios fraudados. Os acusados serão
indiciados por estelionato contra a Previdência Social e falsidade de documento
público.
A Força Tarefa
Previdenciária é composta pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social,
Polícia Federal e Ministério Público Federal, com o objetivo de combater crimes
previdenciários. (Ascom/MTPS e Ascom/PF)
Fonte: Previdência Social
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