Manifestação pede transparência sobre crise hídrica e fim de
demissões na Sabesp
A manifestação contra demissões na Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e pelo direito da população à água
terminou de forma pacífica, por volta das 18h30, na Avenida do Estado, em
frente ao prédio da empresa. Participaram líderes do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto e do coletivo “Água Sim! Lucro Não!”, além do
ex-funcionário da companhia Marzeni Pereira, demitido em março deste ano, após
23 anos de trabalho.
Os manifestantes pedem a reintegração de todos os demitidos,
que somam mais de 600 desde o início do ano, e transparência na gestão da crise
hídrica. “A Sabesp precisa ser transparente com a população. Se está fazendo
rodízio, é dizer que está fazendo rodízio. E não é transparente”, afirmou
Pereira, que trabalhava na área de engenharia.
Ele disse que, no fim de 2014, foi informado que seria demitido
no começo do ano seguinte. “A justificativa era que minha postura era
incompatível com o que a empresa pautava. Quando fui demitido, eles mudaram a
justificativa. Disseram que foi redução do fluxo de caixa.”
À época, Pereira concedeu entrevistas, afirmando que o
governo estava escondendo a crise, sonegando informações para a população e que
isso poderia ter consequências muito graves.
Sobre a justificativa de corte de gastos, o ex-funcionário
disse que a Sabesp lucrou R$ 650 milhões somente nos seis primeiros meses de
2015.
“Apesar da redução do caixa, houve uma redução brutal das
despesas, porque a Sabesp está fechando a água todos os dias em praticamente
todos os locais. Então, houve redução de perdas, porque são 12 horas sem água,
por exemplo, e 12 horas sem vazar”, explicou.
Segundo o representante do coletivo “Água Sim! Lucro Não!”,
Joeferson Almeida, a questão da água tem de ser planejada e não pode depender
da chuva. Ele afirmou que não falta água na indústria nem em shoppings, mas
falta em bairros da periferia, como Cidade Tiradentes, Brasilândia, Jardim
Pantanal e Jardim Helena. Além disso, alertou para a necessidade de se garantir
a qualidade da água.
O ato começou por volta das 16h, na Praça Armênia. Às 18h10,
os manifestantes saíram em passeata pela avenida Tiradentes e depois Avenida do
Estado, onde há um prédio da Sabesp. De acordo com a organização, cerca de 1,5
mil pessoas participaram do ato.
Fonte: Agência Brasil
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