quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Meio Ambiente

Manifestação pede transparência sobre crise hídrica e fim de demissões na Sabesp


A manifestação contra demissões na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e pelo direito da população à água terminou de forma pacífica, por volta das 18h30, na Avenida do Estado, em frente ao prédio da empresa. Participaram líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e do coletivo “Água Sim! Lucro Não!”, além do ex-funcionário da companhia Marzeni Pereira, demitido em março deste ano, após 23 anos de trabalho.

Os manifestantes pedem a reintegração de todos os demitidos, que somam mais de 600 desde o início do ano, e transparência na gestão da crise hídrica. “A Sabesp precisa ser transparente com a população. Se está fazendo rodízio, é dizer que está fazendo rodízio. E não é transparente”, afirmou Pereira, que trabalhava na área de engenharia.

Ele disse que, no fim de 2014, foi informado que seria demitido no começo do ano seguinte. “A justificativa era que minha postura era incompatível com o que a empresa pautava. Quando fui demitido, eles mudaram a justificativa. Disseram que foi redução do fluxo de caixa.”

À época, Pereira concedeu entrevistas, afirmando que o governo estava escondendo a crise, sonegando informações para a população e que isso poderia ter consequências muito graves.

Sobre a justificativa de corte de gastos, o ex-funcionário disse que a Sabesp lucrou R$ 650 milhões somente nos seis primeiros meses de 2015.

“Apesar da redução do caixa, houve uma redução brutal das despesas, porque a Sabesp está fechando a água todos os dias em praticamente todos os locais. Então, houve redução de perdas, porque são 12 horas sem água, por exemplo, e 12 horas sem vazar”, explicou.

Segundo o representante do coletivo “Água Sim! Lucro Não!”, Joeferson Almeida, a questão da água tem de ser planejada e não pode depender da chuva. Ele afirmou que não falta água na indústria nem em shoppings, mas falta em bairros da periferia, como Cidade Tiradentes, Brasilândia, Jardim Pantanal e Jardim Helena. Além disso, alertou para a necessidade de se garantir a qualidade da água.

O ato começou por volta das 16h, na Praça Armênia. Às 18h10, os manifestantes saíram em passeata pela avenida Tiradentes e depois Avenida do Estado, onde há um prédio da Sabesp. De acordo com a organização, cerca de 1,5 mil pessoas participaram do ato.

Fonte: Agência Brasil

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