Trabalhadores da educação alertam para mercantilização do
ensino
“Não é um critério pedagógico, é econômico”, afirma
dirigente cutista sobre fechamento de escolas
Sob o pretexto de uma crise política no País, a direita têm
conseguido fazer prevalecer uma agenda conservadora, que castra os direitos
civis e trabalhistas, e impõe políticas neoliberais na gestão de alguns
estados. No bojo dessa conjuntura, está a mercantilização da educação.
Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o
fechamento de 94 escolas. A medida foi tomada sem qualquer discussão com a
sociedade e muito menos com a comunidade estudantil.
O receituário foi copiado por Beto Richa (PSDB), governador
do Paraná, que sob a mesma alegação de “otimização” do ensino, anunciou o fechamento
de 40 escolas. O APP-Sindicato, que representa os professores e trabalhadores
do ensino público paranaense, contesta e informação e alega que serão 100
unidades fechadas.
Janeslei Aparecida Albuquerque, secretária de Mobilização e
Relação com os Movimentos Sociais da CUT, que é professora no estado do Paraná,
acredita que por trás das medidas adotadas por Alckmin e Richa está uma
política neoliberal de tratar a educação como produto e não direito.
“O Beto Richa aprovou a lei das OSs (Organização Social) e
têm passado para as empresas a administração das unidades de ensino no Paraná.
Não é um critério pedagógico, é econômico, ele está apenas ampliando a oferta
aos empresários”, afirmou a dirigente cutista.
Em São Paulo, a irresponsabilidade de Alckmin fica evidente
ao notar que 30 das 94 escolas que serão fechadas mantém desempenho acima da
média estadual no Idesp 2014, indicador de qualidade do ensino no estado.
“Por trás desse discurso de corte de custos e readequação do
ensino, está a marca registrada do PSDB, é o modelo tucano de pensar a
educação, mercantilizando. A proposta é que a educação seja um produto e não um
direito”, afirma Roberto Leão, presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação.
Leão e Janeslei alertam para o perigo de expansão da prática
adotada pelos governos de São Paulo e Paraná pelo País. “Há o risco de
ressonância nacional, principalmente diante do atual cenário político, com
medidas de ajuste fiscal”, afirma o presidente da CNTE.
“Esse processo de redução da máquina pode ser ampliado sim,
e preocupa também a condição dos trabalhadores e trabalhadoras, já que esse
processo de corte de gastos tem afetado diretamente o serviço público,
incluindo a educação”, alerta Janeslei.
Fonte: Central Unica dos Trabalhadores/CUT
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