Ministério Público
suíço abre processo criminal contra Blatter e envolve Platini
Para as autoridades suíças, existe a suspeita de que Joseph
Blatter violou seus deveres com a FifaArquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O Ministério Público da Suíça abriu hoje (25) processo
criminal contra o presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa),
Joseph Blatter, e implicou o presidente da União das Federações Europeias de
Futebol (Uefa), Michel Platini, no escândalo de corrupção que abalou o
organismo que controla o futebol mundial.
Em comunicado, a procuradoria suíça esclareceu que “Blatter
foi interrogado na qualidade de arguido” e que instaurou um processo criminal
contra o presidente demissionário da Fifa por suspeita de “abuso de confiança”
e de “gestão danosa ou, em alternativa, apropriação indevida de fundos”.
Nesse processo, também está envolvido o ex-jogador Platini,
candidato à sucessão de Blatter nas eleições de fevereiro. Platini foi ouvido
na condição de testemunha, por, supostamente, ter recebido de Blatter “um
pagamento ilegal” de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhão de
euros).
“O gabinete do presidente da Fifa foi alvo de buscas e
apreensão de documentos”, adiantou o procurador-geral suíço, indicando que o
pagamento ao presidente da Uefa ocorreu em fevereiro de 2011, “em prejuízo da
Fifa”, por “trabalho supostamente desempenhado entre janeiro de 1999 e junho de
2002”.
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As autoridades suíças informaram ainda que “existe a
suspeita de que Joseph Blatter violou seus deveres” com a Fifa relativamente a
um contrato com a Confederação da América do Norte, Central e Caribe
(Concacaf).
A Fifa foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a
dois dias da reeleição de Blatter, num processo aberto pela Justiça dos Estados
Unidos e que resultou na acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo
caminho para novas eleições, marcadas para 26 de fevereiro.
Além de Platini, são candidatos à presidência da Fifa o
príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, o sul-coreano Chung Mong-Joon e o
ex-jogador brasileiro Zico.
O advogado de Joseph Blatter, Richard Cullen, disse hoje que
as evidências do processo movido pela Justiça suíça contra o presidente da Fifa
provarão sua inocência e demonstrarão que não houve qualquer ato de má gestão.
"O senhor Blatter está cooperando e estamos confiantes
de que, quando as autoridades suíças tiverem a oportunidade de rever os
documentos e as provas, verão que o contrato foi devidamente preparado e
negociado pelos funcionários da Fifa", afirmou Cullen em comunicado.
O ato de má gestão, que o advogado reafirma que não existiu,
diz respeito a um acordo entre a Fifa e a Federação de Futebol do Caribe, que,
segundo o Ministério Publico da Suíça foi prejudicial para a Fifa.
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