REQUIÃO APRESENTA DUAS DENÚNCIAS QUE LEVARÁ PARA CPI DO
JUDICIÁRIO
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou nesta
segunda-feira (dia 19) em plenário duas denúncias contra o Poder Judiciário do
Paraná referentes a sentenças que determinam o pagamento de indenizações
milionárias.
A denúncia mais recente, de acordo com Requião, lhe foi trazida
pelo prefeito, pela segunda vez, de Cambará, Mohamed Ali Hanzé, que, em seu
primeiro mandato, desapropriou uma área de 30 mil m² (pouco mais de um
alqueire) na zona rural do município, pagando ao proprietário R$ 35 mil,
"que já era um ótimo valor".
Requião explicou que o proprietário
contestou em juízo o valor pago e conseguiu com o prefeito seguinte que o
pagamento subisse para R$ 75 mil.- No entanto, o proprietário da área insistiu
e foi ao Tribunal de Justiça do Paraná e, hoje, o prefeito Mohamed recebe o
precatório de R$ 1,2 milhão para pagar uma área de 30 mil m² que não vale mais
do que R$ 8 mil em hipótese alguma. Se o Judiciário não toma providências num
caso como este, alguém tem que tomar - afirmou o senador.
Para Requião, a
providência deve ser tomada pelo Poder Legislativo através da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI), e sentença judicial deve ser discutida também
na CPI.
O senador disse que o prefeito de Cambará lhe entregará os autos do
processo para que ele os encaminhe à CPI do Judiciário.
A segunda denúncia é do
tempo em que Requião era governador do Paraná.
Ele disse ter tomado
conhecimento que corria no Tribunal de Justiça do Paraná um processo contra o
governo do estado sem que o estado tivesse sido ouvido.
O processo cobrava do
estado lucros cessantes de uma propriedade rural, "que nada mais era do
que uma floresta", desapropriada e paga em 1943.- Determinei à Procuradoria
que tomasse providências e por nove vezes a Procuradoria do estado do Paraná
falou no processo.
As intervenções foram ignoradas e, um belo dia, recebo um
precatório no valor de R$ 200 milhões para ressarcir os absurdos lucros
cessantes de uma floresta desapropriada. Não tive outra alternativa.
Devolvi o
precatório pela imprensa dizendo que não pagava aquela dívida absurda e que se
quisessem cobrar do estado, que interviessem e colocassem um juiz no meu lugar
e que pagassem ao juiz - relatou Requião.Segundo o senador, o presidente do
tribunal ainda propôs um acordo e o criticou pela maneira como colocou a
questão na imprensa.
Requião disse que, em seguida, o processo desapareceu,
mas, após indagar na Procuradoria do Paraná, descobriu que o processo ainda não
foi arquivado. "Não terminou. Está esperando um governador incauto que
pague o que não deve. Por essas e por outras é que a CPI que examina desacertos
administrativos e sentenças absurdas deve prosseguir", afirmou Requião.
Em
aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que a CPI do Judiciário
"haverá de ser o viveiro das informações úteis para a reforma do Poder
Judiciário".
Para Requião, o Poder Judiciário e suas sentenças podem e
devem ser discutidos, da mesma maneira como se discute o desempenho dos parlamentares,
que podem ser reprovados na próxima eleição, enquanto a Justiça é um poder à
margem da fiscalização.
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