Mendes pede definição sobre vigência de doação empresarial
para campanhas
Para Gilmar Mendes, sem definição a proibição teria valor
retroativoArquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
disse hoje (21) que a corte precisa retomar o debate relativo à doação de
empresas a campanhas políticas. A decisão sobre a proibição do financiamento
privado ocorreu dia 17 de setembro, mas, segundo o ministro, ainda é preciso
definir a vigência da decisão.
No encerramento do julgamento, o presidente do STF, ministro
Ricardo Lewandowski, informou que proibição valeria a partir de 2016. Hoje,
após uma audiência pública no tribunal, Mendes explicou que a decisão da
vigência deve passar por votação.
“Pelo que entendi do que está proclamado, quer dizer que a
decisão tem efeito para o futuro. Para isso, precisamos de oito votos se
quisermos seguir o que está escrito na lei.”
Mendes acrescentou que, caso não haja a votação sobre a
vigência, a proibição teria valor retroativo e “todas as eleições realizadas no
Brasil são nulas”. “Por isso, é importante que haja segurança jurídica nesse
tema. A questão terá de ser aberta em algum momento para esclarecer”,
acrescentou.
O fim do financiamento privado recebeu votos do relator,
ministro Luiz Fux, e dos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Joaquim
Barbosa (aposentado), Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Carmen
Lúcia. Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram a favor das
doações de empresas. Edson Fachin não votou, porque substituiu Barbosa.
Eduardo Cunha
Mais cedo, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), havia informado que o Supremo criou um problema, porque não
deliberou sobre a data de validade para a decisão relativa ao impedimento do
financiamento empresarial de campanhas políticas.
“Efetivamente, estamos com um problema grave. O STF tinha de
ter modulado e não tinha quórum para modular. Vale a partir de quando? Tem de
se modular. Tem de se esclarecer esse episódio”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, que defende o financiamento
empresarial, a decisão do STF não tem acordão publicado e nem transitou em
julgado. “Estamos tentando ver o que pode ser feito. Uma questão de ordem ou
algo do gênero tem de esclarecer isso”.
Fonte: Agência Brasil
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