Sindicato paralisa Comperj e pede retomada das obras
Os trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comper) paralisaram as obras de construção da planta de processamento de gás
da unidade, como forma de pressionar a Petrobras a retomar o empreendimento em
sua plenitude.
O movimento é uma iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores
Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial do Município de
Itaboraí (Sintramon Itaboraí).
Segundo a assessoria do sindicato informou à
Agência Brasil, o movimento de paralisação tece início por volta das 4h30 da
manhã de hoje (24). Os empregados estão nas entradas do empreendimento
impedindo o acesso dos empregados às instalações.
Dados do Sintramon indicam que, atualmente, cerca de 6 mil
trabalhadores continuam em atividade no Comperj e atuam na manutenção dos
equipamentos e nas obras da planta de processamento de gás, cuja construção não
foi suspensa pela estatal.
À tarde, às 14h, o sindicato estará presente na manifestação
em frente ao prédio da Petrobras, na Avenida Chile, para reivindicar a continuidade
dos trabalhos.
O ato contará com a participação de prefeitos, vereadores e de
moradores de pelo menos 10 cidades que compõem o Consórcio do Leste Fluminense
(Conleste).
Um dos maiores empreendimentos em construção no mundo nos
últimos anos, o Comperj está localizado no município de Itaboraí, no leste
Fluminense, ocupando área de 45 quilômetros quadrados (km²).
O projeto inicial
era uma unidade de gás natural, duas refinarias e uma petroquímica. Atualmente,
apenas a unidade de gás continua em andamento, com previsão de conclusão das
obras para junho de 2017.
Embora já esteja com mais de 80% das obras concluídas, a
primeira refinaria, chamada Trem 1, teve as atividades suspensas em dezembro do
ano passado devido a problemas de caixa da empresa.
A segunda refinaria ainda
não saiu do papel e o projeto de petroquímicas foi cancelado em julho do ano
passado.
A queda de mais de 50% no preço do barril do petróleo, o
alto custo do gás natural como insumo petroquímico e o envolvimento da estatal
no esquema de desvio de dinheiro da Operação Lava jato, pela Polícia Federal e
pelo Ministério Público Federal do Paraná, levaram à suspensão da construção do
empreendimento em sua totalidade.
No auge das obras, o Comperj chegou a empregar 29 mil
trabalhadores, número que reduziu drasticamente com os problemas de caixa,
cancelamento de projetos e atrasos de pagamentos às empreiteiras, muitas
envolvidas no esquema da Lava-Jato.
O Sindicato que representa os trabalhadores do Comperj,
lembra que em seu novo Plano de Negócios para o período de 2015/2019, a empresa
adiou de 2016 para outubro de 2017, o início da operação da central de
utilidades do Comperj, que inclui geração de energia elétrica e a vapor, e para
tratamento de água e afluentes.
“Hoje, cerca de seis mil trabalhadores atuam nas obras. Há
um ano, eram 16 mil. As cidades da região sofreram com a redução no ritmo das
obras e o que deveria ser um projeto que alavancaria o crescimento da região se
tornou um problema econômico e social” ressalta o sindicato.
A Agência Brasil entrou em contato com a Petrobras para
falar sobre a paralisação, mas a empresa não retornou à solicitação.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por acessar nosso blog, seja bem vindo, cadastre-se e participe, forte abraço GiGi fala Tudo