Moro diz que delator da Lava Jato omitiu informação contra Eduardo Cunha
Em ofício enviado hoje (17) ao
Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Sergio Moro disse que um dos delatores
da Operação Lava Jato omitiu a informação de que teria pago propina ao
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No documento, Moro
explica que homologou o acordo de colaboração de Júlio Camargo porque não tinha
conhecimento sobre o suposto envolvimento de Cunha, que só pode ser processado
e julgado pelo Supremo.
Juiz Sérgio Moro da lava jato |
A manifestação de Moro foi
motivada por ações movidas pelo ex-diretor da Área Internacional da
Petrobras, Nestor Cerveró, e o empresário Fernando Antônio Soares, conhecido
como Fernando Baiano. Eles tentam suspender a sentença proferida nesta
segunda-feira pelo juiz. [inserir link - http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-08/cervero-tem-nov... ]. Além dos acusados, Cunha também pediu que o processo fosse paralisado antes da
sentença, por ter sido citado pelo delator.
Segundo o juiz, somente no
depoimento prestado no mês passado ele teve conhecimento sobre as suspeitas
contra o presidente da Câmara. “Não se pode, ainda, afirmar que o acordo de
colaboração celebrado por Júlio Camargo não poderia ter sido homologado por
este juízo em outubro de 2014, porque, em 16/07/2015, revelou fato que havia
então omitido, de que parte da propina nos contratos dos navios-sondas havia
sido destinada ao referido deputado federal [Cunha]”, justificou Moro.
Em julho, Camargo – ex-consultor
da empresa Toyo Setal – informou a Moro, responsável pelos inquéritos da
Operação Lava Jato na primeira instância, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões
em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Diante do depoimento, Cunha
voltou a negar que tenha recebido propina de Júlio Camargo. Seus advogados
também pediram a suspensão do processo, por entenderem que cabe ao Supremo
presidir o inquérito, em razão da citação do presidente da Câmara, que tem
prerrogativa de foro. Ainda não houve decisão do STF.
Fonte: Agência Brasil
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