Conferência debate dilemas entre palestinos e israelenses na
Semana da Anistia
A conferência “Encontros e Diálogos entre Palestinos e
Israelenses: Dilemas e Perspectivas nos Caminhos Para a Paz”, ocorrida hoje
(27), na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, reuniu estudantes,
acadêmicos e políticos das duas nações em um debate para apresentar
perspectivas, visões e dilemas.
O evento integra a Semana da Anistia, que relembra os 36
anos da Lei de Anistia. O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da
Justiça, Paulo Abrão, explicou que o evento pretende que todas as visões possam
ser pronunciadas de forma livre, em um ambiente profundamente dialógico.
“A realização desse seminário nos permite conhecer a fundo
uma situação de um conflito histórico, que se arrasta durante muito tempo, e o
impacto que isso gera na administração das consequências e dos legados que se
acumulam ao longo do tempo em torno de violações de direitos humanos”, disse
Abrão. Segundo ele, o debate é muito interessante, “já que o trabalho da
Comissão de Anistia está intimamente relacionado com essa finalidade de
conhecer instrumentos de administração de conflitos sociais”.
O representante palestino, Xeque Barakat Fawzi Hasan, que é
diretor-geral do Centro Jerusalém de Estudos e Mídia Islâmica, afirmou que o
conflito tem vítimas dos dois lados. Uma das dificuldades para se estabelecer a
paz é que ambos os lados requerem Jerusalém como sua capital, o que gera um
conflito religioso, de acordo com Hasan. Ele disse que grupos fanáticos usam a
religião para promover conflitos e acredita que, se problemas políticos entre
palestinos e israelenses se converterem em guerra religiosa, será impossível
chegar a um acordo.
Hasan ressaltou que, para um ambiente de segurança, é
necessário que haja um Estado Palestino soberano. Ele disse ainda que,
oficialmente, existem sete milhões de palestinos refugiados, proibidos de
viverem em suas terras. Segundo Hasan, o que se pode esperar do lado palestino
é o espalhamento rápido dos acampamentos, mesmo que haja ataques por parte de
Israel.
Representante de Israel, Rabino David Shlomo Stav, que é
co-fundador e presidente da Organização Tzohar, defendeu que o aspecto
religioso é muito relevante e que seria impossível para Israel renunciar à
soberania de um território por motivos justamente religiosos. Ele afirmou que
políticos podem pensar soluções baseadas na soberania, mas acredita que Deus
está acima das nações.
Fonte: Agência Brasil
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