Em sabatina, Janot rebate acusações de Collor
Denunciado pelo Ministério Público Federal ao Supremo
Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação
Lava Jato, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fez várias acusações ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante a sabatina desta
quarta-feira (26). Janot precisa ser aprovado pelo Senado para ser reconduzido
ao cargo.
Rodrigo Janot, indicado para ser reconduzido ao cargo de
procurador-geral da República, respondeu às perguntas do senador Fernando
Collor Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Entre vários questionamentos, Collor acusou Janot de querer
ser visto como “novo super-homem” e de vazar informações sigilosas dos
processos. Janot respondeu dizendo que “o que tem sido chamado de
espetacularização da Lava Jato, nada mais é do que a aplicação de princípio
fundamental de uma República: todos são iguais perante a lei”.
O senador alagoano afirmou que Janot agiu com promiscuidade
à frente do Ministério Público, por ter acolhido contraventores em sua casa de
Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro.
“Não participarei da exumação pública de um homem que sequer
pode se defender”, rebateu Janot, depois de explicar que um dos contraventores
a quem Collor se referia era seu irmão, morto há cinco anos.
Collor acusou Janot de ter contratado a empresa Oficina da
Palavra, sem licitação, para fazer a campanha dele ao cargo de chefe do
Ministério Publico Federal em 2013 e de, após ser eleito, ter nomeado o dono da
empresa, Raul Pillati, como secretário de Comunicação da Procuradoria-Geral da
República.
"A Oficina da Palavra não é empresa de publicidade, é
uma empresa que, nesses contratos, presta consultoria e treinamento de media
training [treinamento para se relacionar com a imprensa] para membros do
Ministério Público Federal. Aliás, [a empresa]
presta treinamento de media training para vários ministérios públicos,
juízes e magistrados de vários estados", explicou Janot.
O senador quis saber detalhes do aluguel de uma casa no Lago
Sul por R$ 46 mil mensais, que não teria habite-se (documento que autoriza
ocupação de imóvel) para uso da Procuradoria-Geral da República. Janot
esclareceu que o imóvel foi alugado para abrigar a recém-criada 7ª Câmara de
Coordenação e Revisão do Ministério Público.
"Foi sugerida a locação do imóvel, segundo critérios
técnicos e menor custo em relação à área útil. No entanto, por ter sido
apresentada carta de habite-se materialmente falsa para uso institucional,
expedida pela Administração Regional do Lago Sul, bem como plantas
arquitetônicas diversas das que foram visadas por aquele órgão, antes da
ocupação pelo MPF, o contrato foi rescindido, e não houve pagamento de
aluguel”, respondeu o procurador-geral.
Fonte: Agência Brasil
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