Denúncia contra o presidente da Câmara divide opiniões de parlamentares
A denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de investigação contra o
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dividiu as opiniões dos parlamentares:
enquanto uns saíram em defesa de Cunha, outros lançaram manifesto contra ele e
pediram que se afaste do comando da Casa.
O manifesto com assinaturas de deputados do PSOL, PSB, PT,
PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, Pros e PTB diz que as denúncias contra Cunha são
gravíssimas e “tornam insustentável a permanência do deputado na presidência da
Casa”. Os deputados dizem que o afastamento de Cunha da presidência da Câmara
evita manchar a imagem do Parlamento.
Em outro trecho do manifesto, os deputados afirmam que
“exercer a presidência da Câmara exige equilíbrio, postura ética e
credibilidade. A responsabilidade de dirigente maior de uma das casas do Poder
Legislativo é incompatível com a condição de denunciado. Em defesa do
Parlamento, clamamos pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha da presidência
da Câmara”.
Em defesa de Cunha, a bancada do PMDB afirma em nota que
“apoia e acredita no presidente da Casa, Eduardo Cunha, e se solidariza com ele
neste momento em que alguns se açodam a defender teses que ferem o princípio
primordial do Estado Democrático de Direito”. Na nota, a bancada diz que,
depois das etapas de investigações, agora foi o momento da denúncia. “O próximo passo, tão ou mais importante que
os anteriores, é o da ampla defesa”.
Os peemedebistas afirmam que enquanto não se esgotarem todas
as etapas previstas no rito da lei, “não há culpados, mas apenas acusados. O
princípio da presunção de inocência é cláusula pétrea constitucional e juramos
defender a Constituição”.
O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), disse que é preciso
aguardar os desdobramentos da denúncia contra o presidente da Câmara antes de
se fazer qualquer julgamento. “Sempre defendemos o aprofundamento das
investigações e o instituto da delação premiada, independente de quem esteja
envolvido. Caberá a ele [Eduardo Cunha], agora, apresentar a sua defesa e,
depois disso, o STF irá definir se aceitará ou não a denúncia. É preciso
aguardar o desenrolar desse processo”,
disse o líder.
Fonte: Agência Brasil
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